quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Ato I


O sol no horizonte, desmaia
Pálida luz do crepúsculo
Dissipa as nuvens escuras
Noite alteia, palco de estrelas
Onde és protagonista
E a libido, febre fecunda
O fogo d’alma desperta
 E te desfaz em flor
Desvelado: brilho das Acácias
Que noutro braço se veste
Teu corpo, noutro corpo
Invasão consentida, sentida
Lento jogo de esconde, dança
E no frenesi, as luzes
Magnética no céu, Lua
Inebriada desse ato, amor
Cúmplice, silencia
E junto com seu olhar
Adormece, êxtase da vida

ecobueno

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Eleições (Vote "Serto")


 
 
Queridos eleitores, aqui é o seu candidato...

Se eu for eleito tudo se resolverá, prometo! 

        Desemprego? É só criar frentes de trabalho com salários iguais ao dos deputados. 

        Moradia? Vou criar auxílio moradia nos moldes do judiciário. 

        Fila no SUS? É simples, todos terão convênio médico, sem restrição. É só apresentar o cartão na recepção de qualquer hospital e pronto. Não é preciso construir novos hospitais que demanda tantos investimentos. 

        Transporte? Fornecerei um automóvel para cada família. Quem não tiver habilitação, terá direito a um motorista. Vide os senadores. E já que a Petrobras é “nossa”, o combustível também constará no pacote.

        Educação? Vou abrir vagas em escolas particulares assim não haverá mais déficits. Tão pouco os professores serão desprestigiados. 

        Segurança? Farei convênio com empresas de segurança particular que, em conjunto com a PM, reforçarão a vigilância.

        Criminalidade? Esse é o mais simples: Vamos fornecer uma arma para cada cidadã, assim ele mesmo se defenderá.

 Quanto a outros temas como: desigualdade social, descriminação, homofobia, xenofobia, machismo, sexísimo, direitos humanos, cultura, direitos e tratados internacionais, câmbio, economia interna e externa, importação, exportação, infraestrutura, logística e seus modais, balança comercial, déficit, superávit, inflação, impostos, custeio da máquina publica , reforma política, trabalhista, tributária, etecetera e tal. Nada disso atrapalha. Afinal, é só perguntar no posto “Ipiranga”.

Posso não saber de nada, não ter preparo e tão pouco aceitar opiniões diferentes, afinal se meu discurso for o que meus eleitores querem ouvir, isso é o que importa. Se eu for eleito, prometo, que se não der certo, daqui a quatro anos começaremos novamente. “Tamo junto!” 

Isso seria cômico se não fosse trágico. Política não é final de campeonato onde seu time ganha ou perde. Governar é algo que afeta uma nação, independente das preferências pessoais. 

Sim, democracia dá trabalho, justamente porque ela te dá liberdade de escolha e ao mesmo tempo, cobra a sua participação para enfrentar os problemas, ao invés de legar a um candidato com sua ideologia, pensamentos populista ou totalitarista, com plenos poderes para te salvar.

Até quando você continuará entregando o País a “políticos” que vocês amam ou odeiam, ao invés governar com eles? Você também é responsável pela escolha que faz. Não vote "serto" e sim VOTE CERTO! 

ecobueno18

domingo, 12 de agosto de 2018

Pai, ser


Esse ser,
Como descrevê-lo
Ou então, medi-lo
Talvez, seja somente
A colaboração, a sêmem (te)
Que em uma vida fecunda
Trará outra  vida, tão única
Para quem ainda os tem
E aqueles que são, também
Entendam, que nada será como antes
É um aprendizado constante
Uma paixão sem precedentes
Um espelho que reflete
Em outro par d'olhos
A tua luz, vida!
Ser, pai. Pai, ser

ecobueno


quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Voto - Dúvidas e Certezas




Não sou simpatizante de partido A, B ou C, até porque são todos parecidos. É só ver que, mesmo com essa crise que assola o País, os nossos ditos “representantes”, tanto no congresso, como no senado, parece pouco se importarem. Não os vejo abrirem mão dos seus privilégios. Muito menos se unirem em prol de uma agenda positiva e serem contra essa vergonhosa situação do “toma lá, dá cá”, que virou nossa política. Sem contar o absurdo dos tais direitos adquiridos nas estatais, autarquias, e até no judiciário, que sugam bilhões de reais dos cofres públicos. Dinheiro que nós, os sem “classe”, somos obrigados a pagar através dos impostos escorchantes.

Mesmo assim, sem declarar minha preferência de voto, até porque ele é secreto, não é possível ficar alheio ao que acontece nesses meses que antecedem ao pleito. O cenário que se desenha no horizonte não se mostra muito promissor. Isso me leva a concluir que nada aprendemos com as lições de um passado recente da nossa história. É só ir às redes sociais para ver grupos se estapeando ao invés de debaterem. Parecem mais preocupados em atacar um ao outro do que defender suas ideias. A aridez de argumentos leva-os para a seara do confronto, muitas vezes raivosos e ofensivos. É a famigerada divisão do “nós, contra eles”. O que nada contribui para a formação de opinião. 

Candidatos, nada menos que 15 postulantes ao mais alto cargo da nossa Republica, parecem alimentar essa divisão, como se as questões sociais, políticas, econômicas, de segurança e desenvolvimento não precisassem ser profundamente discutidas, de forma enfática, porém democrática. Propostas simplistas e vazias são a tônica de seus discursos. Isso só serve para reforçar a imensa crise que o "lulopetismo" nos legou.

Sem contar que o perigo de um líder carismático, que promete acabar com a desigualdade, trazer de volta a felicidade perdida por causa das “mazelas” causadas por alguns administradores corruptos e inescrupulosos, consegue, num momento de desalento, onde o desemprego e a escassez se arvoram, ser uma figura sedutora para muitos seguidores. Isso faz lembrar, como a Alemanha de Beethoven, Einstein, Goethe entre tantos, se tornou uma Alemanha nazista, nas mãos de Hitler.

Cada candidato adapta seu discurso ao seu publico fiel, como se fosse uma seita. As pesquisas não me deixam mentir. Afinal, até esse momento, quem lidera as intenções de voto é o mesmo que se encontra condenado e preso. Se isso não bastasse, ainda promove um discurso populista e irresponsável, desafiando a justiça e as instituições. Mesmo quando tentamos outro cenário, sem a presença do presidiário, o que aparece em segunda colocação, não traz alento nem esperança. No mínimo é um personagem que chega a ser caricato, com seu radicalismo, sexismo, defende o armamento da população, denigre as minorias, sem contar que, na ausência do conhecimento a determinadas questões, se arma, sem trocadilhos, da truculência como única saída. 

Na terceira, quarta colocação, ambos já foram ex-governadores, porém um, apesar de ter experiência ao administrar o maior, economicamente falando, Estado da Federação, sem comprometer sua economia, ser do partido que tirou o País de uma inflação galopante com o Plano Real, tem um discurso que não empolga. O outro, além de governador foi ministro, mas por causa do destempero verborrágico, deixa os eleitores desconfiados. Seguidos de uma mulher que, mesmo tendo chegado, nas duas eleições passadas, com número significativo de votos, adota um discurso messiânico e um tanto evasivo.

Os outros candidatos, com apenas um traço nas pesquisas, demonstram que querem lançar suas candidaturas apenas para compor a chapa e fazer muito barulho. Uma maneira de marcar território, eleger alguns representantes e em troca de “apoio” na câmara, abocanhar algum ministério, secretaria, autarquia, que rendam dividendos políticos, do que mostrar uma plataforma de governo coerente.

Foto ilustrativa
Qual seria a saída então? Adotar um candidato de um determinado partido ou de minha preferência sem pesar os prós e contras, só porque me simpatizo com ele? Votar no de direita, de esquerda, centro, comunista, socialista, niilista, trotskistas, stalinistas, liberalista? Simplesmente desqualificar ou agredir quem não comunga da minha escolha? 

Nada disso, é óbvio, faz bem ao País. Justamente quando a racionalidade se faz mais necessária. É imprescindível adotar um debate de ideias, sem agressões. Repudiar os que bradam discursos boçais do atraso, do corporativismo e das saídas simplistas. Analisar os que possuam, no mínimo, um programa de governo capaz de dar início as reformas tão urgentes, sem as quais amargaremos mais quatro anos perdidos, o que nos custaria outras décadas (quantas mais?) de atraso. Não existe saída fácil. Toda melhoria é longa, difícil e dolorida, por isso na hora do voto, cuidado com a legitimidade que não passa de embuste.

ecobueno