quinta-feira, 9 de junho de 2011

Isabella


Semente

Nesse palco (mundo), que é iluminado pela luz do sol, durante o dia, e, à noite, pelo brilho das estrelas e a magia da Lua, nós, essa mistura de expectadores, roteiristas, atores e atrizes, sem distinção, seguimos.

Ao longo do tempo vamos compondo nossos enredos, dos mais variados temas, e nesse caminho, um belo dia, sem que percebamos, novas histórias se encontram, se entrelaçam e se fundem, continuando, completando e enriquecendo a cada instante nosso viver.

Personagens tão distintos, sem jamais terem imaginado uns aos outros, num desses lampejos instantâneos, simplesmente se cruzam, se unem (casam) e desde então começam a traçar a quatro mãos, seus novos roteiros de vida.

E como não poderia deixar de ser, eis que surge o momento (é a sequencia divina da vida) de dar mais brilho, cor e emoção às cenas, e sem censura, como no ápice de qualquer enredo, um capítulo especial é editado. E todos os holofotes e os esforços são direcionados para esse momento. Eis que surge a atriz principal, roubando todas as cenas com seu ventre em ebulição.

A terra fértil, antes nua, recebe a semente que germinará e dará continuidade a história de duas vidas, antes distintas, que hão de se fundir em uma única - gravidez. É a maravilha da fecundação!

E dessa união, eis que surge essa coisa pequenina, centelha divina, ser único e especial, num crescente diário, que revelará a magia do viver. E essa chegada, tão esperada, iluminará, num abrir d’olhos de tamanha intensidade, novos caminhos, antes tão esquecidos. Renasceremos juntos!

E no decorrer da nova vida, suas interpretações tão instintivas, porém seguras, revelarão a cada dia novas descobertas, que nos alimentarão de surpresas jamais imaginadas, e sem duvidas seremos os fãs mais dedicados (babões) e apaixonados.

Será sempre assim quando ouvirmos seus grunhidos desconexos, que soarão feito poemas aos nossos ouvidos; seus movimentos ainda tímidos e desorientados, parecerão passos delicados, dignos de bailarinos. Seu choro terá sempre um significado: fome, dor, frio ou apenas manha; mesmo assim nos desdobraremos para cessá-lo. Seu corpo pequenino emanará tanto calor quanto os raios de Sol. Seu sorrisinho meigo nos deixará de quatro, quase sem ação. Suas mãos tão miúdas parecerão enormes o suficiente quando precisarmos dela para nos amparar; e então ao pronunciar a primeira silaba, aí sim, nos soará feito a musica mais bela que alguém poderá compor. O que será de nós?

E então, quando chegar o dia “D” e as cortinas desse palco se fecharem para alguns de nós, esse novo ser (criança) representará a alegria e a perenidade de tudo aquilo que cultivamos quando conduzíamos nossos personagens.

Devido a sua importância, de um novo capítulo dessa história escrita por e para a família, essa é uma singela homenagem a essa semente (novo ser) que está sendo gerada e gerando tantas alegrias. O que podemos dizer? Seja bem vinda, Isabella !!!!

Ecobueno

Beatriz


Quanto encanto

Hoje te envolvi em meus braços, senti o calor do seu corpo aquecendo o meu. Auscutei as batidas vibrantes e sonoras vindas do seu peito. Percebi o leve sussurrar do espirar e aspirar da vida nova. Me emocionei com um olhar tão penetrante e ao mesmo tempo displicente de soslaio me desdenhando, cativante. Me derreti com o sorrisinho de canto de lábios, sereno e meigo.

Ao vê-la chorar reclamando algo que eu ainda ignorava, intimamente chorei. Mas também, deliciei-me com esse jeitinho único de balbuciar sons, palavras que não só imagino, mas creio que dialogam comigo. Pura corujice.

Esses momentos acontecem, quando a encontro. Simplesmente me perco, me encontro, viajo nesse novo ser. Tão pequenina, mas de áurea imensa, já ilumina os caminhos que tenho que seguir. Quando é chegado o momento de partir, parece que o amanhã não vai chegar. Morro de saudades só de pensar.

Mesmo tendo percorrido tantos caminhos, ao longo do viver, ter passado por tantos lugares, ter conhecido tantas pessoas, nos meus breves dias, jamais poderia prever, descrever, imaginar, ou até mesmo sonhar, o quão poderia ser único e mágico, esse momento.

Vieste, desmoronaste minhas defesas, adentraste minha redoma, ancoraste em meu cais, desbravastes meus segredos, desnorteastes meus sentidos e por fim, povoastes meus sonhos e apoderastes dos meus sentimentos. Não reclamo, pelo contrário, padeço. Ah, como padeço, em teu paraíso.

O tamanho desses sentimentos? Imensuráveis! Só posso afirmar que eles hão de crescer diariamente, mais e mais e alcançarão, no tempo que corre, toma forma, transforma e se agiganta o ápice do viver.

Hoje te protegi em meus braços, amanhã sempre hei de proteger-te num abraço feito laço. Poderás desfrutar dos meus ombros vividos e calejados, porém jamais completos para o teu ser. Poderei até dizer com voz experiente, o que fazer, mas será sempre a tua voz, melodia aos nossos ouvidos.

Esses pensamentos correm por mim toda vez que a tenho assim, tão desprotegida e forte em meus braços. Ah o futuro, o que nos reserva? Sinceramente, não sei. A única certeza que tenho é que és real, única, e irremediavelmente, linda!

Que bom que chegaste, para preencher nosso viver, tão carente de coisas belas, puras e verdadeiras, traduzida num lindo ser, tu Beatriz!


Ecobueno