A Copa da Rússia 2018 chega ao
fim e o que ela deixa, além da saudade, é a mensagem de que, mesmo para os que
gostam e também para aqueles que não gostam do ludopédio, fronteiras são apenas
barreiras físicas criadas por tratados, muitas vezes egoístas e sem sentido. É
só ver o grande mosaico com pessoas de vários países e continentes que juntas,
torceram e festejaram, nesse período dos jogos, revelando a grande magia dessa
mistura.
Mesmo que a campeã França, a
vice, Croácia, as terceira e quarta colocadas, Bélgica e Inglaterra,
respectivamente, são todas seleções de Países europeus, a miscigenação é
inevitável. Nem mesmo a hegemonia (parcial) europeia, tira a beleza do colorido das diversas bandeiras que compõe a
cultura do futebol.
É certo que, num mundo tão
complexo e desigual, nem tudo são flores. Mas nesses trinta dias foi possível
ver e sentir que, apesar de todos os problemas que cada País possa ter, a
emoção da torcida extrapola tais questões. Essa mistura nos ensina que as
diferenças impostas por fronteiras ideológicas, culturais, religiosas, etc., se
tornam um mero detalhe, afinal, em qualquer lugar do mundo somos seres dotados
de sentimentos e emoções.
A Copa, sim é uma grande festa,
onde muitos jogadores, craques consagrados, outros nem tão conhecidos, empurrados
pela torcida, vão desempenhar o maior papel de suas carreiras, até mesmo da
vida; defender as cores do seu País. E naquele instante, todos os holofotes do
mundo se dirigirão a eles. O que pode ser mais mágico que isso? Eu não saberia
dizer.
Muitas coisas, além da comemoração
pela conquista do título, acontecem numa competição desse tamanho. Vejamos: A
começar pela campeã, França que consagrou seu mais novo craque, Mbappé. A
Croácia, tão pequena em território, se agigantou com o feito inédito, vice
campeã, além de ter o melhor jogador da Copa, Modric. A Bélgica ao ganhar do
jovem e aguerrido time da Inglaterra, mostrou que é possível sim comemorar o
terceiro lugar, afinal é um grande feito chegar entre as quatro melhores
seleções do mundo.
Infelizmente nem todos conseguem chegar
e disputar uma final. Equipes que acreditávamos que seriam protagonistas do
Mundial saíram sem seu objetivo. É assim em grandes competições. Tivemos a
despedida da poderosa e temida Alemanha, logo na primeira fase. A Argentina,
mais uma vez, não pôde ver seu maior craque, Messi, comemorar o tão cobiçado
tricampeonato. Portugal, que tinha em sua seleção o gajo Cristiano Ronaldo,
detentor de vários recordes e títulos em sua carreira, se despediu, mais uma
vez, sem a conquista.
E o Brasil? A seleção sempre a
ser batida, viu seu maior craque cair (literalmente) por terra. Neymar que era para
se consagrar como o melhor da Copa, se tornou motivo de piada. O que não condiz
com a grandiosidade de uma equipe detentora de cinco títulos mundiais. Algo para
esquecermos!
Esse espetáculo chamado futebol, que
apesar de ter se transformado numa máquina onde tudo é business e, usado pelos
governantes dos países sedes como forma de manipular e alcançar seus objetivos,
ainda é capaz de mover as pessoas de diferentes culturas pela paixão! Já estou
com saudades da Copa. Qatar 2022, aí vamos nós!!!