quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Folhinha Poética 2015

Para compor o calendário do ano de 2015 (FOLHINHA POÉTICA) um de meus poemas ilustrará o dia 19 de Setembro, Sábado. Reconhecimento do trabalho e uma referencia à luz inspiradora. 
Calendário completo em: 



  




terça-feira, 28 de outubro de 2014

Palavra

ecobueno 2012

Não quero só um dia, uma data
Quero sim, todos os momentos
Em que possa estar ao seu lado
Simples amante, enamorado

Quero que você ame,
Pois assim serei amado
Sem receios, sem medos
E completarei em ti, minha metade

Também quero, ah como quero!
Dizer sem meias palavras
O quanto em meus momentos
Tu, verdadeiramente, representas

Traduzir em uma simples palavra
Essa grandeza que existe em mim
Pequenina palavra, de significado sem fim
                                   O que sinto é simplesmente amor                                            

                                              ecobueno14

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Mareia

                                           O mar revolve suas ondas
                                
                           Banha a areia de espumas

    O vento assovia a nota Dó

Tudo para não perder o instante

  De vê-la sair da agua, reluzente,

      Vestida de sal e sol...

                                                       ecobueno

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O Peso da Intolerância

Caminhar por entre a multidão e não conhecer ninguém é algo, no mínimo curioso. Mesmo rodeado de pessoas, ainda assim dá aquela sensação de vazio e solidão. Que situação estranha, tantos rostos e nenhum familiar!  Bate uma saudade não sei bem porque, um medo não sei bem de quê, e a vontade louca de voltar para o afago de um olhar conhecido.
 
Era o que sentia ao caminhar por entre os prédios antigos e as ruas estreitas do centro velho de São Paulo, apesar do movimento intenso e o coro dos ambulantes querendo a atenção (dinheiro) dos transeuntes, Precisam faturar, afinal.
 

Após terminar minha incursão pelos “labirintos” dessa cidade fria e cinzenta e pôr fim a essa solidão, segui célere pela Rua da Consolação rumo ao estacionamento da Praça Roosevelt, onde estava o carro. Ao chegar na esquina com a Rua Nestor Pestana me deparei com uma cena muito insólita. Em meio ao caos da cidade ouvia, além de buzinas estridentes, vozes de alguns motoristas que colocavam o corpo para fora da janela do carro e aos berros proferiam palavrões. Qual seria o motivo de tanta ira?

Aparentando muito mais idade que verdadeiramente poderia ter, devido aos seus trajes surrados, rosto sofrido, cabelos sem corte, que mal se ajeitavam sob o boné, sem cor definida, reflexo da exposição excessiva ao sol. Os pés calçados com aquelas famosas sandálias de grife internacional, alojadas por entre os vãos dos dedos, que faltavam nos calcanhares, sem glamour algum, revelando a realidade de um pedaço de borracha, que mal servia para proteger as solas calejadas. Uma mulher com visível esforço, indiferente aos xingamentos, determinada, puxava uma carroça com materiais que encontrara pela calçada.

À sua frente, duas crianças, um casal que não aparentava mais que sete ou oito anos, com suas vestes também surradas. Ele mais novo, de cabelos raspados, olhar vívido, porém distante, camiseta e bermuda, ambos desbotados, os tênis encardidos que não lhe serviam mais nos pés e por isso era usado como se fossem sandálias. Ela com os cabelos curtos e emaranhados, emoldurando seu rosto de olhos miúdos e brilhantes, uma blusinha rosa com alças que pendiam dos ombros, denunciando que era de um numero maior, fazia par com uma bermuda preta. Nos pés a sandália com tirinhas amareladas pelo tempo, mas que ainda lhe serviam. Alheios à realidade, os dois pareciam se divertir como qualquer criança dessa idade.

Quantas pessoas perambulam pelas ruas da cidade diariamente puxando uma carroça, porque o espanto? Indaguei, tentando não me sensibilizar. Mas era impossível ignorar tal cena. A mulher e, possivelmente, seus filhos, com aquela carroça “atrapalhava” o trânsito e isso era motivo de ira dos motoristas que afloravam seus instintos mais primitivos. Ela era hostilizada por cometer tamanha heresia, impedir a boa fluidez do transito. Que fosse puxar a carroça em outro lugar, ali não!
 
Fiquei sem ação diante de tamanha  covardia daqueles que se veem como civilizadas e se acham superiores só por terem uma condição “melhor” (será?). Envergonhado, pude notar o tamanho da minha pequenez e insignificância diante de tanta ignorância. Minha solidão se misturou a angustia e a sensação de impotência. Deixei a cidade para traz, mas ela corrói m’alma e dilacera meus sentimentos e ainda mantem vivo em mim a cena que traduz o peso da intolerância.

 

ecobueno

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Dom de Existir


Hoje, muitos dos que te admiram, pessoas mais próximas, ligadas a ti. Pessoas que fazem parte do seu dia-a-dia, que pedem e também aconselham, afagam e recebem a sua recíproca. Pessoas queridas que constam da primeira página da sua agenda; que habitam seus pensamentos, sentimentos. Pessoas que compartilham suas alegrias e decepções. Não poderia ser diferente; felicitar-te-ão!

Sei que durante os demais dias do ano, tais pessoas terão a felicidade de partilhar suas histórias, seus sorrisos e até mesmo suas lágrimas. Poderão dizer-te oi, receber seu abraço, sentir seu calor, ganhar seus carinhos mais íntimos e revelar sentimentos verdadeiros que és capaz de despertar. Nada mais gratificante!

Dentre as pessoas que farão deste tempo e gestos, uma bela e grata lembrança e transformar-se-ão numa passagem tão especial que constará no capítulo dessa única e bela história, seu viver, serei apenas um eco a juntar-se ao coro de vozes que dirão da sua infinita importância.

Mesmo que seja à distância e apenas nesse átimo de tempo – infinito enquanto o é - quero fazer parte dessas vozes. E, se puder ao menos, pelo instante em que dure a leitura dessas linhas, passar a minha admiração e carinho, tenha certeza que essa felicidade que podes sentir é a minha fonte de alegria em todos os instantes que tua falta se faz presente. Pois em todos os dias tu és esse raro presente. Parabéns!


Aconteceu: à luz ascendeu
 Amanheceu mais um dia, seu
E a menina que teus olhos habita
Derrama a luz que d’alma emana

Ondados fios castanhos
Que escorrem ladeando a face
Emolduram traços lhanos
D’onde vem a força e energia

Carregados de paz e harmonia
Beleza interior que aflora
Seu dom de existir, absoluto
Revelados num sorriso, magia


Ecobueno
 

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

De La Musique - Efêmera

Saí de casa a manhã estava cinza, fria, chuvosa e para completar, o transito me obrigou a parar. Enquanto muitos “apressados” seguiam pelo acostamento, o que me irritava profundamente, algo  me chamou a atenção e parei de me preocupar com o externo.

No radio nada de noticias sobre o trânsito, Tulipa Ruiz, cantava Efêmera, do disco de mesmo nome, em que diz, “Vou ficar mais um pouquinho/Para ver se eu aprendo alguma coisa/nessa parte do caminho”. Dona de uma voz privilegiada amarrava poesia e melodia, esbanjava atitude, saindo do lugar comum. Nada mais direto.

Ela continuava insistente “Martelo o tempo/Pra eu ficar mais pianinho/Com as coisas que eu gosto/e que nunca são efêmeras” Me resignei, esqueci do transito desbanquei o afã e comecei a pensar em como a agenda, esse ir e vir frenético, nos tira momentos preciosos.

Sem contar que essa “disputa” por espaço faz de nós gladiadores urbanos, supostamente protegidos em nossa armadura, onde o que importa é ganhar tempo, que tempo? O acostamento vira estrada e as leis de transito, hora as leis, só servem para atrapalhar. Se paradoxalmente o acostamento está “andando”, porque tenho que ficar aqui parado?

Mas Tulipa com sua malemolência descontraída, diz “Martelo o tempo preu ficar mais pianinho/Com as coisas que eu gosto/ E que nunca são efêmeras/E que estão despetaladas, acabadas/Sempre pedem um tipo de recomeço”. Uma forma de dizer, esqueça sua pressa, congele o momento e se reconstrua. A vida é, apesar de rápida, sublime, aproveite o instante.

Mesmo com esse transito carregado e os “espertos” furando fila, ainda estou confortável e posso ouvir boa musica, então para que me chatear se “Vou ficar mais um pouquinho/..Congele o tempo preu ficar devagarinho/ Com as coisa que eu gosto/...E que passam perecíveis/ E acabam, se despedem/Mas eu nunca esqueço”. Ela ensina.

E o transito? O compromisso? A pressa? “Sempre pedem um tipo de recomeço”, logo estarei em meu destino e o melhor, sem atropelos e com tempo para ouvir mais musicas.


Ecobueno14

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Solidão













O tempo segue seu caminho
No seu encalço sigo sozinho
Ao longe observo as ondas
Que na praia desaguam, revoltas

Posso sentir a brisa na pele
Acariciando minha febre

Porém o tempo, há tempos
Incólume, se fixa e aumenta
Nos traços da minha fisionomia
Ali no reflexo das aguas revelados

Ao longe posso ouvir vozes
Decifrá-las, consigo não
Olho de soslaio
Para não encarar a solidão

ecobueno14


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Outubro!



Outubro desponta

Traz com ele a boa nova

Jardins de cores tantas

Sob signo de Vênus-ar se renova

Na primavera da sua chegada


Carregado de paz e harmonia

Originalidade e dons refinados

A beleza que aflora da magia

Dom de existir, absolutos

Na balança (Libra) bem equilibrados

ecobueno14