segunda-feira, 22 de março de 2010

Fases

Fases

Como tudo se resume em “fases”
Podemos comparar nossa vida
Com a magia da lua e suas fases:

Minguante, nova, crescente, cheia.
Minguante, apesar do nome não é menor
Que a beleza de outras fases, nem inferior.

Nova vem e renova, certamente
Esse sentimento da gente
De esperança, sempre

Quarto crescente, parece inconseqüente
Mas se juntado a outros quartos
Torna-se inteira, completamente

Ficando assim, cheia reluzente
No céu linda, branca, nua, imponente
Com sua máxima plenitude

Somos assim quando nos conhecemos
Minguante, sem sermos pequenos
Crescente, como os quartos que se juntam, sempre

Que vem e renova-nos, constantemente
Deixando-nos cheios,verdadeiramente.
Transborda-nos até a outro ser, inteiramente.

E as fases se completam, magia
E a vida parece ter mais alegria
E o que é bom, realmente, contagia

EcoBueno

segunda-feira, 15 de março de 2010

O Tempo Que Ganhei!

Parei aqui, para ficar olhando
Não, não foi para ver o tempo passar
E sim para admirar esse sorriso
Figurativo, claro, visceralmente vivo
A conclusão que cheguei, enfim
O quanto é bom vê-la, sem pressa
Alegrando tudo a volta, assim
Então percebi que ganhei a beça
Nesse tempo que fiquei parado
Admirando seu sorriso!

Ecobueno2010

O passado de Presente

Quando escrevo para relembrar o passado, sei que ele já foi e que as coisas sempre mudam. Mesmo assim gosto desse déjà vu, afinal é isso que faz a vida assim tão emocionante e que nos leva a querer sempre mais e mais, vivê-la.

Essa vida com seus percalços, e ao mesmo tempo cheia de momentos bons. E essa correria do dia-a-dia nos deixa anestesiados e faz tudo parecer uma continuidade de acontecimentos corriqueiros. O que não é verdade.
 
Esse passado é a pavimentação do nosso presente, que será decisivo para nosso futuro, e como o futuro ainda não chegou, temos que viver intensamente esse presente que nos é dado todos os dias. Sem o passado não temos histórias. Se não temos histórias, não temos memórias e sem memórias somos um livro em branco.
 
Pois bem, gosto de relembrar esse passado e o trago de volta para meu presente, para ter novamente aquela sensação dos capítulos inéditos que nos deixam muitas vezes sem ação. São os fatos, momentos, fragrâncias, o toque sutil que eriça a pele e os pêlos, o suor nas mãos nervosas, a voz que sai num quase sussurro e o que mais pode acontecer naquele momento, quando enfrentamos o novo, o desconhecido - como isso é bom – mas no instante seguinte será passado e a nostalgia chega forte e... ah... quanta saudades!

O tempo passa e nos leva esse frescor, e tudo vai se sucedendo em acontecimentos que se acumulam e se amontoam pelo caminho, pelos cantos e quando percebemos, no presente, eles se tornaram rotina. Pena!
 
Mas eis que de repente, uma foto esquecida naquele livro a tempos adormecido na estante cai, um número de telefone qualquer, aquele desenho um tanto desbotado pelo tempo, uma frase perdida no meio do texto, um recadinho escrito no canto da pagina, uma palavra, um poema, o perfume característico, uma cor, aquela música, aquele pôr do sol, um lugar especifico, uma peça de roupa, o tom de voz, o olhar, o sorriso, enfim, tudo que nos traz à tona aquele instante tão especial, que só o passado contém.
 
Nem é preciso dizer que em meio a isso tudo, os velhos sentimentos afloram. Aqueles que realmente marcaram. Pessoas inesquecíveis, personagens marcantes, protagonistas singulares que trazem de volta sentimentos plurais.
 
Afetividade composta por amor e carinho – que pode ser de pai, mãe, filho, amigos, etc. - que elevam a nossa história ao patamar de grandes épicos e que nos trazem até o instante presente acreditando que a parte mais importante e significativa do nosso caminho foi esse passado que nos volta de presente. Você?

Ecobueno2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sentimento

Não se espante. Nem se assuste. Quem sabe se encante... tente.

Sempre tive vontade de escrever algo assim. Mas faltava uma inspiração, um alguém. Ou até mesmo já havia este alguém, inconscientemente em mim, não sabia, mas tu o fez despertar.

Queria poder escrever um texto com essa mistura do novo, do velho, retro e do hitech. Quem sabe, simplesmente, uma carta, uma crônica, poesia, romance, música, enfim... Mas não sou poeta, maestro, escritor, apenas um observador. E isso que estou escrevendo, pode ser um simples oi.

Talvez tu tenhas recebido, muitos desses escritos, dedicatórias, declarações, manuscritos. Pois és assim, simples e inspiradora.( Mulher).

O tempo passa, afinal tudo passa. As coisas acontecem, mudam. As pessoas relutam, mas não existe uma maneira certa de agir, nem fugir. Quando menos se espera, lá está novamente o beco, o passado que volta no presente. Sempre! O sentimento nunca se esgota. Lá no espelho as marcas do tempo, refletida. O corpo, ás vezes reclama. Mas a alma se inflama. O brilho, dos olhos, esse não se apaga, continua. E é com eles que posso vê-la. E assim admirá-la.

Percebe-se que este sentimento está minguando. Ele que outrora era transcendente, fazia com que o admirador se definhasse na solidão, os Romeus e Julietas, esquecidos, vivessem histórias inconteste. Um sentimento que tinha “fome” de bondade, de verdade, que levava os seres a galáxias distantes. Como era mágico! Mas hoje, devido a avalanche da “realidade” televisiva, onde esses sentimentos duradouros se transformam em capítulos bem definidos – Com começo, meio e fim- parece que saíram do contexto. Estão fora de moda. Aquelas mulheres, tão admiradas, pelos seus Romeus. Rostos rosados. Belas Julietas de corpos desejáveis, peles claras ou douradas e intocáveis. Verdadeiras Deusas. Épocas de amantes trêmulos, sôfregos, mãos frias e beijos roubados, lindas declarações... Quanta nostalgia.

Hoje a indústria do sentimento-novo, condiciona-nos a termos felicidade a qualquer custo, não importa como. A publicidade nos faz amar a “bela” do sabonete, a mulher do xampú. As desejáveis modelos da cerveja mais consumida, a linda do langerie sexy. São propagandas difusas, confusas que nos dita o que devemos ter e querer a qualquer preço, ou melhor, ao quanto ganhamos. E se não ganhas tanto assim? Está fora! Não merece coisa alguma.

As banalidades do sexo por sexo, do prazer incondicional, das caras bonitas, corpos perfeitos. As esculturais mulheres siliconizadas, dos cabelos da cor da moda, roupas da próxima estação. Afinal estão na capa das revistas. Este é o verdadeiro sentido da sua vida atual. Amanhã, ditaremos como será seu novo dia. Sigam-nos, bradam.

Tu lembras dos casais que juraram fidelidade eterna no programa de tv, ou naquela revista? E aquele exímio conquistador, das dicas de como deves agir numa paquera. Sorriso largo, corpo bem definido, sarado. Aquelas atrizes,“musas”, caçadoras, mulheres fatais, que conseguem orgasmos incontáveis, hora com um, hora com outro, eram do verão passado, ou quem sabe... não sei mais. Sim, todos passam, são de ocasião. Ou até quando chegar outro exemplar da revista, outro seriado na TV, outra estação. Pode escolher, afinal tudo é descartável, comercial. Sem problemas...(?).

Parece que esqueceram um detalhe importante. Aquela figura da pessoa carinhosa, de falas e gestos simples, singular, mas complementar. Real. Do sorriso sincero, do abraço amigo, das carícias múltiplas, do verdadeiro companheirismo. Da troca mútua sem cobranças. Aquela pessoa que mandamos rosas roubadas, que é sempre lembrada, no caminho de casa, pra escola, no trabalho, no shopping, em todos os lugares. Aquela que sabemos os gostos e desejos.

Sentir o aroma no ar e lembrar do perfume que ela usa, ou o agradável instante que sai do banho, com os cabelos ainda molhados á serem penteados. Ter pressa de chegar em casa pra tocar a pele sedosa e úmida. As mãos, que podem estar trêmulas, devido ao tempo. Roubar um beijo, porque não? Afinal são sentimentos tão bons. E se forem velhos, retrógrados? Não importa, são sentimentos únicos, verdadeiros. Não estão na tela, nas capas de revistas, mas estão dentro de nós.

Poder dividir isso com alguém especial (tu), falar dessas discordâncias desse mundo ocidental, banalizado, e os sentimentos esquecidos, como se fossem fora de moda, retrô, pois hoje se vive na era digital. Controle remoto? Ops. Hitech.

Quando te vejo assim tão simples, bela, singular. Com esse brilho no olhar. De maneira e gestos sutis. Imagino: Poderias ter um Romeu, e dele ser a Julieta. Talvez o faria feliz, e seria feliz, também.

Sei, tudo não é como deveria ser, talvez tua beleza singular, brilho próprio, faça com que certas pessoas não te sintam assim, uma mulher, com todos seus defeitos e qualidades. Mas te queiram e te desejem como aquela ”musa”, que nos mostra a mídia, que deve ser conquistada a qualquer preço. Depois serás, apenas mais uma na lista de coisas compradas, um troféu na estante esquecido, empoeirado, fora de moda.

Escrevi isso para lembrar do que acontece nos dias de hoje num relacionamento, e também, não me esquecer do sentimento maior que anda meio perdido, fora de moda. Retrô. Ele o tão puro, velho e simples AMOR.

Esta foi a maneira que achei de te dizer: - Oi, como é bom te escrever hoje e será sempre!

Ecobueno