domingo, 28 de novembro de 2010

Próximo do Fim

Está acabando, a rotina de ir às aulas todas as noites, o encontro com ínumeras pessoas com seus anseios, medos, desejos e alegrias, que buscam um bem comum.

Agora que estamos na reta final, mesmo com as dúvidas que restam, estamos a um passo,de vermos os esforços darem resultados.

É muito satisfatório saber que conseguiremos o nosso obejetivo, terminar o curso superior.

A única coisa que me deixa assim, retissente, é ter que me acostumar com a ausência dessa rotina, que de uma forma ou de outra, nos trará a falta dos amigos.

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão".

E esse final de curso, sem dúvida alguma poderá nos trazer isso, a solidão. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

Que pena...

Eco

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dúvidas

Tô, não Tô
Vou, não vou
Sei o que sou…
Sei o quê? Não sei...
As imagens que tenho
São diferentes das quais me vêem
Mas o sentimento que oculto
Não é diferente, nem obscuro
É cristalino, verdadeiro
A mim tudo parece
A ti, o que percebes?
Em mim, és assim
Infinito, azul, mar
Em ti, sou, enfim
A incógnita, o advento

Ecobueno2010

Dança das Cores

Fim de noite, um recomeço
(Dança das cores)

Nesses tempos de aridez que toma a alma e faz nascer um deserto de sentimentos. Onde a correria e a rotina diária tornam as pessoas assim um tanto quanto distantes e reticentes, é tão bom quando há essa elevação de gestos simples e verdadeiros que revelam o outro lado, um oásis florido, alegre e vivo!

Ultima sexta feira de outubro, nenhuma data em especial ou uma comemoração específica. Apenas mais uma noite que transcorreria normalmente, rotineira. A única coisa que tínhamos era a temperatura amena e agradável denunciando essa explosão inebriante de cores, aromas e sabores, que desperta em nós o espírito primaveril.

Espírito que nos faz, ao menos nesse tempo, baixar o escudo criado ao longo dessa estiagem, nos tornando, de certa forma, rudes e avessos aos sentimentos mais simples. E essa umidade e o frescor se exprimem em tons e sobre tons anunciando a boa nova em nós.

A simplicidade que nos faz lembrar do quanto é bom caminhar por caminhos salpicados do verde musgo das folhas que com o vento foram ao chão. Simplicidade que se alimenta desses olores que preenchem os ares e se refestela na magia dessas inúmeras pétalas que despontam e se equilibram em caules flexíveis. Simplicidade que se mostra em gestos, sorrisos, palavras, olhares eternizados em flashes de memória.

Noite sem luar? Pouco importa, pois sabemos que a luz mais importante nesse momento é a que vem de cada um. O cenário pode não ter as nuanças e matizes captadas num quadro de Monet. Nem a trilha sonora é a mesma composta por Beethoven, mas as notas compostas pelas cordas vocais de cada um é a mais bela de todas as sinfonias. Nem as histórias ali contadas podem ter o mesmo enredo e a clareza de um livro de Flaubert, mas cada uma delas é tão ou mais importante. Nem os personagens podem ser tão interessantes e marcantes como num livro de Machado de Assis, mesmo assim são fortes e vibrantes.

Um lugar comum, uma noite qualquer, após um dia cansativo, pouco importa, o que vale mesmo é o significado. E nesse cenário, o mosaico de luzes e cores vai se formando em mais um capitulo inesquecível desse livro, com enredo das pulsações e reverberações do dom do ser, a Vida! E cada vida que ali se apresenta, contribui com sua parte para completar esse momento primaveril denunciado pelas cores percebidas nas formas originais das flores (pessoas). Um trio inigualável nessa dança das cores: o amarelo, o rosa e o verde.

O amarelo vivo que denuncia a áurea alegre, vibrante e espontânea, ao qual não é possível passar incólume, pois possui luz própria, o Girassol.

O rosa, encanta, acalenta, embala e apazigua os corações, almas e mentes. Apesar dos espinhos tem um ar frágil, porém forte, intermitente. A delicadeza aveludada das pétalas de aroma suave, não deixa dúvidas, a Rosa!

O verde, comum a maioria das plantas e que faz com azul o elo para enfeitar dias griz, se expõem, e se impõem essa eterna esperança, tão importante, verdes mares!.

Eu, ali, apenas um aprendiz de jardineiro, observando, admirando, cultivando e solvendo tão sublimes flores (mulheres) que com suas diferenças completam esse oásis primaveril!

Ecobueno2010

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Suspiro!!!

Suspiro!!!

...
É assim que desabafo
Quando em silêncio, eu falo
Não que me falte a verve
Ou que eu nada saiba
É que não posso, na verdade
Algo tão íntimo, externar
Mesmo que pudesse
Se diria? não sei
...
Suspiro!!!

Ecobueno2010

Dom Casmurro

Olhos de Ressaca

As indagações sem respostas. O calar quando se deve falar. O consentir, quando o necessário é reagir. A insegurança que alimenta o medo. Decisões deixadas ao acaso. O medo de explicitar as emoções. Tudo isso nos leva a conclusões precipitadas. Conclusões que corroem aos poucos os mais belos sentimentos. E quando nos damos conta, tudo é jas.

O fel dos sentimentos maus resolvidos, amargor que corrói a alma. Os ciúmes e a desconfiança alimentam o egoísmo e aos poucos destroem o sentimento de cumplicidade que fora construído ao longo do tempo, muitas vezes a duras penas.

Quando isso ocorre, fica o vazio d’alma que preenche-nos de solidão, que é partilhada com essa sensação de que nada valeu. Os sonhos acabam! Então a alma se torna áspera, dura, obscura e carrancuda.

Tratar do clássico de Machado de Assis, Dom Casmurro (1900), como mera historia de traição, onde a insensatez da mente “doentia” de Bentinho, acusando Capitu de adultério, é simplesmente se fechar nessa redoma de uma alma vazia e carrancuda.

Toda a construção da história. Diálogos bem empregados. Tantas variáveis. As desilusões, as promessas, o interesseiro, o singelo, os sonhos de menino, um amor de infância que cresce junto com os personagens. As descobertas inocentes que contrastava com a determinação de Capitu, “uma mulher aguda”. A compaixão que Bentinho nos causa ao contar que fora prometido ao seminário por sua mãe, o afastando assim do seu amor. Todo esse enredo, que nos prende ao livro, pura magia, seria simplesmente esquecido na vala comum das conclusões toscas entre o certo e o errado, o bem e o mal.

Pobre Capitu que com seus “olhos de ressaca”, viu em determinado momento sua vida se desmanchar nas garras da desconfiança do seu amado, relegando seus sentimentos ao desatino de seu egoísmo e seus medos, explícitos em sua mágoa. Infeliz de bentinho, afirmando até o fim que o filho de Capitu não era seu, e sim o fruto de uma traição, deixou que sua vida se tornasse uma continuidade do mais triste dos sentimentos, a solidão.

A distinção dos personagens com suas dores, fraquezas, anseios e desejos, mostram um Machado de Assis completamente absorto às críticas, o que nos dá a verdadeira impressão desse mundo de homens frívolos e mulheres interesseiras, regido pelas vaidades e ilusões, mas ao mesmo tempo nos descreve a força das paixões, o apego à vida, a necessidade do movimento social daquela época.

A força da narrativa está na beleza das metáforas, nesse cromatismo dos olhares que sem nada dizer muito nos revelam – nada mais contemporâneo - pois é só observar ao redor e ver o quanto eles nos dizem, sem proferir som algum.

Olhos de luz, em matizes de azuis, que iluminam e dissipam o breu da noite. Olhos de paisagem que revelam cenários. Olhos sôfregos de mágoa que nos enchem de tristeza. Olhos rasos d’água, afogados em suas lágrimas. Esse par d’olhos meigos e desafiadores. Olhares quase infantis, de duplo sentido, desconcertantes. Olhos e olhares, assim tão verdadeiros. Os seus!

Ecobueno2010

domingo, 18 de abril de 2010

Everybody Hurts

R.E.M.
Composição: Bill Berry / Peter Buck / Mike Mills / Michael Stipe


"Sometimes everything is wrong
Now it's time to sing along .
When your day is night alone (Hold on, hold on)
If you feel like letting go (Hold on)
If you think you've had too much of this life
To hang on ... "

Abri esse pequeno parenteses
Dessa bela canção que diz muito por si só.
Certas canções fazem parte da história da vida
e as canções do R.E.M, muitas delas, são bem
elaboradas. E as tenho como parte da minha trilha
sonora.
Essa em especial.

Ecobueno

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Lagrimas de chuva

Esses fatos trágicos que acontecem diariamente
Nos deixam indiferentes, pois nos invade a todo instante
Mais uma tragédia anunciada nos morros cariocas
Casas rolando ladeira abaixo, ainda te choca?
A comoção nacional vem em forma de donativos
Ajuda, muito bem vinda, mas apenas paliativos
Hoje escrevo do alto, num sobrevoo cego
Onde nada mais que a chuva e lamas, observo
O colorido, as pessoas, os sorrisos
Se esvaírem, feito uma montanha de detritos
Que despencou feito uma marcha funebre
De desmandos e demagogia insalubres
O sol,eu sei,voltará a brilhar
Afinal tudo segue seu curso,sem parar
Então a pergunta ecoa: Até quando vamos aguentar?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Fases

Fases

Como tudo se resume em “fases”
Podemos comparar nossa vida
Com a magia da lua e suas fases:

Minguante, nova, crescente, cheia.
Minguante, apesar do nome não é menor
Que a beleza de outras fases, nem inferior.

Nova vem e renova, certamente
Esse sentimento da gente
De esperança, sempre

Quarto crescente, parece inconseqüente
Mas se juntado a outros quartos
Torna-se inteira, completamente

Ficando assim, cheia reluzente
No céu linda, branca, nua, imponente
Com sua máxima plenitude

Somos assim quando nos conhecemos
Minguante, sem sermos pequenos
Crescente, como os quartos que se juntam, sempre

Que vem e renova-nos, constantemente
Deixando-nos cheios,verdadeiramente.
Transborda-nos até a outro ser, inteiramente.

E as fases se completam, magia
E a vida parece ter mais alegria
E o que é bom, realmente, contagia

EcoBueno

segunda-feira, 15 de março de 2010

O Tempo Que Ganhei!

Parei aqui, para ficar olhando
Não, não foi para ver o tempo passar
E sim para admirar esse sorriso
Figurativo, claro, visceralmente vivo
A conclusão que cheguei, enfim
O quanto é bom vê-la, sem pressa
Alegrando tudo a volta, assim
Então percebi que ganhei a beça
Nesse tempo que fiquei parado
Admirando seu sorriso!

Ecobueno2010

O passado de Presente

Quando escrevo para relembrar o passado, sei que ele já foi e que as coisas sempre mudam. Mesmo assim gosto desse déjà vu, afinal é isso que faz a vida assim tão emocionante e que nos leva a querer sempre mais e mais, vivê-la.

Essa vida com seus percalços, e ao mesmo tempo cheia de momentos bons. E essa correria do dia-a-dia nos deixa anestesiados e faz tudo parecer uma continuidade de acontecimentos corriqueiros. O que não é verdade.
 
Esse passado é a pavimentação do nosso presente, que será decisivo para nosso futuro, e como o futuro ainda não chegou, temos que viver intensamente esse presente que nos é dado todos os dias. Sem o passado não temos histórias. Se não temos histórias, não temos memórias e sem memórias somos um livro em branco.
 
Pois bem, gosto de relembrar esse passado e o trago de volta para meu presente, para ter novamente aquela sensação dos capítulos inéditos que nos deixam muitas vezes sem ação. São os fatos, momentos, fragrâncias, o toque sutil que eriça a pele e os pêlos, o suor nas mãos nervosas, a voz que sai num quase sussurro e o que mais pode acontecer naquele momento, quando enfrentamos o novo, o desconhecido - como isso é bom – mas no instante seguinte será passado e a nostalgia chega forte e... ah... quanta saudades!

O tempo passa e nos leva esse frescor, e tudo vai se sucedendo em acontecimentos que se acumulam e se amontoam pelo caminho, pelos cantos e quando percebemos, no presente, eles se tornaram rotina. Pena!
 
Mas eis que de repente, uma foto esquecida naquele livro a tempos adormecido na estante cai, um número de telefone qualquer, aquele desenho um tanto desbotado pelo tempo, uma frase perdida no meio do texto, um recadinho escrito no canto da pagina, uma palavra, um poema, o perfume característico, uma cor, aquela música, aquele pôr do sol, um lugar especifico, uma peça de roupa, o tom de voz, o olhar, o sorriso, enfim, tudo que nos traz à tona aquele instante tão especial, que só o passado contém.
 
Nem é preciso dizer que em meio a isso tudo, os velhos sentimentos afloram. Aqueles que realmente marcaram. Pessoas inesquecíveis, personagens marcantes, protagonistas singulares que trazem de volta sentimentos plurais.
 
Afetividade composta por amor e carinho – que pode ser de pai, mãe, filho, amigos, etc. - que elevam a nossa história ao patamar de grandes épicos e que nos trazem até o instante presente acreditando que a parte mais importante e significativa do nosso caminho foi esse passado que nos volta de presente. Você?

Ecobueno2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sentimento

Não se espante. Nem se assuste. Quem sabe se encante... tente.

Sempre tive vontade de escrever algo assim. Mas faltava uma inspiração, um alguém. Ou até mesmo já havia este alguém, inconscientemente em mim, não sabia, mas tu o fez despertar.

Queria poder escrever um texto com essa mistura do novo, do velho, retro e do hitech. Quem sabe, simplesmente, uma carta, uma crônica, poesia, romance, música, enfim... Mas não sou poeta, maestro, escritor, apenas um observador. E isso que estou escrevendo, pode ser um simples oi.

Talvez tu tenhas recebido, muitos desses escritos, dedicatórias, declarações, manuscritos. Pois és assim, simples e inspiradora.( Mulher).

O tempo passa, afinal tudo passa. As coisas acontecem, mudam. As pessoas relutam, mas não existe uma maneira certa de agir, nem fugir. Quando menos se espera, lá está novamente o beco, o passado que volta no presente. Sempre! O sentimento nunca se esgota. Lá no espelho as marcas do tempo, refletida. O corpo, ás vezes reclama. Mas a alma se inflama. O brilho, dos olhos, esse não se apaga, continua. E é com eles que posso vê-la. E assim admirá-la.

Percebe-se que este sentimento está minguando. Ele que outrora era transcendente, fazia com que o admirador se definhasse na solidão, os Romeus e Julietas, esquecidos, vivessem histórias inconteste. Um sentimento que tinha “fome” de bondade, de verdade, que levava os seres a galáxias distantes. Como era mágico! Mas hoje, devido a avalanche da “realidade” televisiva, onde esses sentimentos duradouros se transformam em capítulos bem definidos – Com começo, meio e fim- parece que saíram do contexto. Estão fora de moda. Aquelas mulheres, tão admiradas, pelos seus Romeus. Rostos rosados. Belas Julietas de corpos desejáveis, peles claras ou douradas e intocáveis. Verdadeiras Deusas. Épocas de amantes trêmulos, sôfregos, mãos frias e beijos roubados, lindas declarações... Quanta nostalgia.

Hoje a indústria do sentimento-novo, condiciona-nos a termos felicidade a qualquer custo, não importa como. A publicidade nos faz amar a “bela” do sabonete, a mulher do xampú. As desejáveis modelos da cerveja mais consumida, a linda do langerie sexy. São propagandas difusas, confusas que nos dita o que devemos ter e querer a qualquer preço, ou melhor, ao quanto ganhamos. E se não ganhas tanto assim? Está fora! Não merece coisa alguma.

As banalidades do sexo por sexo, do prazer incondicional, das caras bonitas, corpos perfeitos. As esculturais mulheres siliconizadas, dos cabelos da cor da moda, roupas da próxima estação. Afinal estão na capa das revistas. Este é o verdadeiro sentido da sua vida atual. Amanhã, ditaremos como será seu novo dia. Sigam-nos, bradam.

Tu lembras dos casais que juraram fidelidade eterna no programa de tv, ou naquela revista? E aquele exímio conquistador, das dicas de como deves agir numa paquera. Sorriso largo, corpo bem definido, sarado. Aquelas atrizes,“musas”, caçadoras, mulheres fatais, que conseguem orgasmos incontáveis, hora com um, hora com outro, eram do verão passado, ou quem sabe... não sei mais. Sim, todos passam, são de ocasião. Ou até quando chegar outro exemplar da revista, outro seriado na TV, outra estação. Pode escolher, afinal tudo é descartável, comercial. Sem problemas...(?).

Parece que esqueceram um detalhe importante. Aquela figura da pessoa carinhosa, de falas e gestos simples, singular, mas complementar. Real. Do sorriso sincero, do abraço amigo, das carícias múltiplas, do verdadeiro companheirismo. Da troca mútua sem cobranças. Aquela pessoa que mandamos rosas roubadas, que é sempre lembrada, no caminho de casa, pra escola, no trabalho, no shopping, em todos os lugares. Aquela que sabemos os gostos e desejos.

Sentir o aroma no ar e lembrar do perfume que ela usa, ou o agradável instante que sai do banho, com os cabelos ainda molhados á serem penteados. Ter pressa de chegar em casa pra tocar a pele sedosa e úmida. As mãos, que podem estar trêmulas, devido ao tempo. Roubar um beijo, porque não? Afinal são sentimentos tão bons. E se forem velhos, retrógrados? Não importa, são sentimentos únicos, verdadeiros. Não estão na tela, nas capas de revistas, mas estão dentro de nós.

Poder dividir isso com alguém especial (tu), falar dessas discordâncias desse mundo ocidental, banalizado, e os sentimentos esquecidos, como se fossem fora de moda, retrô, pois hoje se vive na era digital. Controle remoto? Ops. Hitech.

Quando te vejo assim tão simples, bela, singular. Com esse brilho no olhar. De maneira e gestos sutis. Imagino: Poderias ter um Romeu, e dele ser a Julieta. Talvez o faria feliz, e seria feliz, também.

Sei, tudo não é como deveria ser, talvez tua beleza singular, brilho próprio, faça com que certas pessoas não te sintam assim, uma mulher, com todos seus defeitos e qualidades. Mas te queiram e te desejem como aquela ”musa”, que nos mostra a mídia, que deve ser conquistada a qualquer preço. Depois serás, apenas mais uma na lista de coisas compradas, um troféu na estante esquecido, empoeirado, fora de moda.

Escrevi isso para lembrar do que acontece nos dias de hoje num relacionamento, e também, não me esquecer do sentimento maior que anda meio perdido, fora de moda. Retrô. Ele o tão puro, velho e simples AMOR.

Esta foi a maneira que achei de te dizer: - Oi, como é bom te escrever hoje e será sempre!

Ecobueno

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Tudo pode mudar

Quinta feira, é fevereiro, é carnaval! Apesar das poucas horas da manhã o sol já brilha e arde num verão intenso, dando a sensação do que nos espera no decorrer das horas, quente ao extremo, como tem sido os dias, ultimamente.

O dever me chama, eu tenho que pôr meu bloco na rua, mesmo com esse sol estalado, fervilhando esse ritmo pré-carnavalesco. E nesse enredo composto de compromissos e horários, decorado pela fantasia diária, sem adereços, e o gingado de um samba meio sincopado, efeito desse compasso do anda e para, sob a regência dos semáforos e apitos dos guardas de transito. A mesma rotina de sempre. Seria possível entrar no ritmo de carnaval, assim?

Com o pensamento desconexo, o olhar distante, os sentidos meio que sonolentos, sigo absorto aos problemas corriqueiros, até que o telefone toca e como que saindo de uma profunda catarse urbana, atendo num ímpeto.

Do outro lado uma voz doce e suave, me impelia à realidade, e nesse breve instante da passagem de um mundo ao outro, um êxtase de ansiedade e interrogação me toma. É o impacto do despertar abrupto, e nesse período de transição as idéias (meus tico e teco) precisam entrar em sintonia.

A saudação automática é inevitável. A voz interrogativamente quer a certeza, se quem atendeu é exatamente com quem quer falar. Ao ter a confirmação, questiona se ainda reconhece a voz que lhe interpela. Difícil.

Isso não é por indiferença ou esquecimento e sim devido essa imprevisibilidade diante de uma enorme surpresa. E que surpresa!A dificuldade é maior de reconhecimento, pois como estava longe, ligado no piloto automático, o processamento de novas informações sofrem alguns lapsos.

Mas o que acontece a seguir é uma explosão de vários sentimentos. Assim como nos desfiles, as luzes, o brilho, as cores, serpentinas, alegorias, adereços, os diferentes instrumentos tocando em perfeita harmonia arrastam milhares de foliões inebriados pela avenida, sou tomado pelos vários sentidos e sentimentos de euforia, ansiedade, calor, calafrios, poros e pelos eriçados, mãos frias e suadas, coração acelerado e mesmo assim conseguindo bater compassado ao ritmo do enredo da emoção, não resisto – como se fosse possível.

Isso mesmo. Passo de uma situação a outra, como num passe de mágica. Saí daquele estado letárgico, que nos toma a rotina, para a euforia e a beleza do novo a cada instante apenas com um simples gesto. Um alô!

Bem agora é seguir o dia com suspiros involuntários e o sorriso congelado na face que obviamente não cerrará tão fácil assim. Como se quiséssemos - na verdade é isso mesmo que queremos - que todos possam ver estampado ali a grande satisfação de se ter reencontrado alguém especial, há muito ausente. Agora sim, vamos à folia!

Ecobueno2010

Garrafas ao mar



Sim as cartas, mensagens, garrafas...

Quando coloquei uma mensagem numa garrafa e atirei ao mar, nem poderia imaginar aonde ela poderia chegar. Ou quiçá seria resgatada por alguém.

Seguindo seu destino, enfrentando tempestades, maremotos, calmarias. Embarcações indo e vindo, ora empurrando para um lado, ora para outro, quase quebrando-a. Navios, Barcos de todos os tamanhos, todos os lugares, ancorados ou soltos ao mar. Eram tantos obstáculos, mas nada fazia com que ela parasse.

Boiando, navegou, viajou. Tantas noites estreladas, noites de luas que iluminavam seu mar e a faziam suspirar. Tantas outras, escuras, sombrias. Foram tantos dias, quentes, frios, com e sem auroras. Dias longos, intermináveis. Dias curtos, átimos de segundo.

Viu pássaros voarem sobre ela, às vezes procuravam abrigo em seu casco, para um descanso, mas como era escorregadio, não permaneciam por muito tempo, logo levantavam voo e partiam. E ela solitária observava aviões cruzarem o céu. A vida que seguia. O cotidiano, tal qual a ela, continuava. Seu "cais" deveria estar próximo.

Percorrera tantos lugares. Tantos mares. Visitara ilhas, geleiras, costas, recifes, praias desertas e paradisíacas. Um longo caminho, o mundo era incrivelmente enorme, nem que quisesse poderia ter imaginado algo assim. Mas havia apenas um lugar onde queria atracar.

A garrafa, para muitos, era apenas um casco frio e sem valor. Mas em seu interior se alojava a mensagem  com significado único para alguém especial. Sim, iria encontra-la!
 
Muitas vezes ficou esquecida, encalhada em um banco de areia no meio do nada, esperando pacientemente por uma nova maré. E assim que ela veio, mais experiente e segura, se lançou ao mar novamente. Onde poderia ir parar? Não importa, aquele lugar, aquele alguém, logo vão chegar.


Enfim, naquela praia, diferente de todas, um ser com um olhar iluminado fixo no distante horizonte, como a esperar. A onda, calmamente arrasta a garrafa e a leva beira mar. Então a água banhou seus pés descalços e o frio da garrafa tocou-lhe a pele. Agachou e no meio da espuma branca retirou a garrafa. Em seu interior aquele bilhete; abriu, e nele estava escrito: “O destino me trouxe até o teu cais, não estarei só, jamais” (eco).

ecobueno 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

De Repente!

Um belo dia você percebe, que de repente, eles se perderam numa esquina qualquer do passado. Onde ela está? Onde ele está? Que fim levaram os amigos? Em desespero, a gente corre para o meio da rua, ou um lugar específico, onde possam se esbarrar novamente. Não encontra ninguém, talvez tenha passado muito tempo e ele, ela não se recorda mais do lugar, ou trocou o caminho sem avisar. Então pergunta á quem passa, um guarda, um transeunte, se não viram alguém com tais características e a resposta é sempre negativa. Volta para a casa, busca algum vestígio, relê as cartas, talvez nos dê uma pista, rega as plantas, colhe umas flores, melhor preparar o ambiente talvez esteja preparando uma visita surpresa. O telefone toca, a esperança se renova, mais do outro lado, engano.
 
Os dias passam o carteiro que não bate a sua porta, e a sensação, em cada cômodo da casa (nosso interior) de vazio, aumenta. Mente, coração, sentimentos e sem perceber soltamos um urro. Inútil. Procura dias, noites inteiras aquele rosto suave, aquele olhar de brilho único, aquele sorriso de candura no quarto escuro da memória. Não tem ninguém, não o vejo mais. Aí o que resta? Se conformar? Talvez seja esse o caminho. Mas a gente, no fundo sabe que não quer isso, pois pessoas com essas características são tão raras. Melhor não se entregar, insistir, manter as esperanças acesas.
 
Sim tudo passa, aquele momento de segundos atrás não volta mais. As águas do rio não passam sob a mesma ponte duas vezes. O que fizemos ontem, não serve hoje. Mas a gente pode ao menos perpetuar os momentos como nas reprises, nos flashes, clareando as fotografias da memória, não deixando que esses momentos tão peculiares escureçam com o tempo e se apaguem.
 
Mesmo que voltemos aos lugares de sempre, esperemos as cartas que não chegam, os telefonemas que são enganos, que vejamos em nossa busca os “cômodos” vazios, o tempo que se esvai por entre os dedos. Mesmo que nossas perguntas não tenham respostas, pois ninguém os viu, e que a sensação de solidão tome conta de nossas casas, nada melhor que revisitar na memória tudo que ficou de bom e claro, assim as chamas do calor desses carinhos jamais se findarão.
 
Volto sempre á mesma esquina e ali olhando para todos os lados, para não perder uma cena, um momento sequer, fico ligado em tudo o que acontece. Quem sabe verei novamente seus braços abertos que vem em minha direção para me vestir num abraço. Assim como aconteceu quando nos esbarramos por acaso e nos conhecemos. Ainda te espero na mesma esquina, passado, presente, futuro, onde num belo dia, as vidas de repente, se encontram.

Ecobueno

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Coisas que esquecemos

Acontecem tantas coisas em nossas vidas
Que por causa dessa correria insana 
Acabamos por esquecer das coisa mais simples
Que nos são tão essenciais, como:

Acordar e ver a luz do dia;
Poder caminhar com os proprios pés;
Dizer bom dia, boa tarde;
Tomar um picolé na padaria da esquina;
Se deliciar com o sorriso de uma criança;
Ler algo, mesmo que pareça banal;
Encontrar bons e velhos amigos;
Falar, muito obrigado;
Ver o sol se pôr, a lua nascer;
Receber e dar um beijo de boa noite da esposa(marido);
Isso tudo é tão simples, mas nos farão tanta falta quando dermos conta que não os temos mais.
Não deixe que a vida seja feita só daqueles momentos que achamos espetaculares.
Pois ela passará ao largo de nossos dias, e quando dermos conta, elas também tornar-se-ão um passado distante.

Ecobueno

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Um novo amanhecer

Noite chegou, o céu se pintou
De lua e luzes, lindas
Branca, inteira, nua, chegou a lua
Trazendo em sua companhia, brilhantes estrelas

A madrugada chegou, varou
E a brisa fria veio te envolver
Então, por um calor humano, clamou
E a caricia, dessa brisa, o fez adormecer

O dia raiou, o sol brilhou
Tudo isso será que aconteceu?
Mais um sonho, pensou

Mas ao se virar para o lado olhou
Uma linda rosa, apareceu
Sim, era algo que alguém lhe deixou...

Ecobueno