terça-feira, 29 de novembro de 2011

Memórias?

Hoje queria ligar e falar com minha mãe, para dizer que precisava do laço do seu abraço e do seu colo macio para abrandar minha dor, mas ela está morta. Lembrei que Ele a levou além de me tirar as mulheres que amei. Porque elas me deixaram? Porque sempre fico só? Perguntei. Essa é sua sina! Ouvi.

Então percebi que sou esse ser repugnante, sem atrativos e não sou digno de ter mulher alguma. Ele me fez assim e pronto! Sem ressentimentos, me sinto um simples verme que tenta, tenta, mas sempre terá que rastejar e se conformar com a condição de um ser que nasceu apenas para viver na escuridão.

Isso me faz ver o tamanho da minha pequenez. Pobre das mulheres que um dia se aproximaram de mim. Hoje consigo imaginar o grau de suas decepções ao entenderem com quem elas teriam que viver. Felizmente elas criaram forças para um dia se libertarem da pré condição de estar ao lado de quem foi designado por Ele a viver assim, sem poder ofertar algo a mais, além do nimbo.

Quando elas se fortalecem, descobrem a existência de outros seres, com suas características e atrativos normais de belos alados, se libertam, voltam à luz e entendem da grandeza que é viver ao lado de um homem e não de um ser assim, viscoso.

Tenho que ficar aqui, no meu lugar escuro e frio, seguir assim até que um dia, depois do sofrimento, que me é de direito, não sei o que me reserva o amanhã, ir ao encontro D’Ele e acertar as contas que um dia deixei em aberto.

Sou merecedor de tantas desilusões. Desculpem-me, todos...

Ecobueno2011