A casa plantada em meio ao arvoredo e coberta pela
pálida claridade do entardecer, parece mergulhada em tristeza. Suas paredes de
um quase rosa desbotadas, ainda era capaz de refletir a despedida do dia que
começava a esmaecer dando lugar à noitinha que se insinuava.
Rodeada desse lúgubre sentimento, não era mais a
mesma de tempos atrás, pois nela jaz seu ilustre morador. Aquele que enchia de
luz e cores cada canto, reluzia cada objeto trazendo a sensação de bem estar. Aquela
imensa cordialidade que habitava o seu interior, não se segurava entre suas
paredes e transbordava porta afora, contagiando a vizinhança com sua poesia.
Como o tempo tudo corrói e o passado não é capaz
de fixar e revelar por si só o que representava aquele pequeno lar, a impressão
de quem pela primeira vez a vê, é de assombro, por tanto silêncio e vazio.
Afinal quem poderia imaginar que ali, um dia ele vivera com toda força e ardor.
Mas como é o ser humano, com suas deficiências, incoerências e fragilidades, quem
escreve a história, conseguiu com tais limitações, matar aquele que nos ensina
a viver dentro da verdade, do carinho e do respeito; o amor.