terça-feira, 29 de novembro de 2011

Memórias?

Hoje queria ligar e falar com minha mãe, para dizer que precisava do laço do seu abraço e do seu colo macio para abrandar minha dor, mas ela está morta. Lembrei que Ele a levou além de me tirar as mulheres que amei. Porque elas me deixaram? Porque sempre fico só? Perguntei. Essa é sua sina! Ouvi.

Então percebi que sou esse ser repugnante, sem atrativos e não sou digno de ter mulher alguma. Ele me fez assim e pronto! Sem ressentimentos, me sinto um simples verme que tenta, tenta, mas sempre terá que rastejar e se conformar com a condição de um ser que nasceu apenas para viver na escuridão.

Isso me faz ver o tamanho da minha pequenez. Pobre das mulheres que um dia se aproximaram de mim. Hoje consigo imaginar o grau de suas decepções ao entenderem com quem elas teriam que viver. Felizmente elas criaram forças para um dia se libertarem da pré condição de estar ao lado de quem foi designado por Ele a viver assim, sem poder ofertar algo a mais, além do nimbo.

Quando elas se fortalecem, descobrem a existência de outros seres, com suas características e atrativos normais de belos alados, se libertam, voltam à luz e entendem da grandeza que é viver ao lado de um homem e não de um ser assim, viscoso.

Tenho que ficar aqui, no meu lugar escuro e frio, seguir assim até que um dia, depois do sofrimento, que me é de direito, não sei o que me reserva o amanhã, ir ao encontro D’Ele e acertar as contas que um dia deixei em aberto.

Sou merecedor de tantas desilusões. Desculpem-me, todos...

Ecobueno2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Isabella


Semente

Nesse palco (mundo), que é iluminado pela luz do sol, durante o dia, e, à noite, pelo brilho das estrelas e a magia da Lua, nós, essa mistura de expectadores, roteiristas, atores e atrizes, sem distinção, seguimos.

Ao longo do tempo vamos compondo nossos enredos, dos mais variados temas, e nesse caminho, um belo dia, sem que percebamos, novas histórias se encontram, se entrelaçam e se fundem, continuando, completando e enriquecendo a cada instante nosso viver.

Personagens tão distintos, sem jamais terem imaginado uns aos outros, num desses lampejos instantâneos, simplesmente se cruzam, se unem (casam) e desde então começam a traçar a quatro mãos, seus novos roteiros de vida.

E como não poderia deixar de ser, eis que surge o momento (é a sequencia divina da vida) de dar mais brilho, cor e emoção às cenas, e sem censura, como no ápice de qualquer enredo, um capítulo especial é editado. E todos os holofotes e os esforços são direcionados para esse momento. Eis que surge a atriz principal, roubando todas as cenas com seu ventre em ebulição.

A terra fértil, antes nua, recebe a semente que germinará e dará continuidade a história de duas vidas, antes distintas, que hão de se fundir em uma única - gravidez. É a maravilha da fecundação!

E dessa união, eis que surge essa coisa pequenina, centelha divina, ser único e especial, num crescente diário, que revelará a magia do viver. E essa chegada, tão esperada, iluminará, num abrir d’olhos de tamanha intensidade, novos caminhos, antes tão esquecidos. Renasceremos juntos!

E no decorrer da nova vida, suas interpretações tão instintivas, porém seguras, revelarão a cada dia novas descobertas, que nos alimentarão de surpresas jamais imaginadas, e sem duvidas seremos os fãs mais dedicados (babões) e apaixonados.

Será sempre assim quando ouvirmos seus grunhidos desconexos, que soarão feito poemas aos nossos ouvidos; seus movimentos ainda tímidos e desorientados, parecerão passos delicados, dignos de bailarinos. Seu choro terá sempre um significado: fome, dor, frio ou apenas manha; mesmo assim nos desdobraremos para cessá-lo. Seu corpo pequenino emanará tanto calor quanto os raios de Sol. Seu sorrisinho meigo nos deixará de quatro, quase sem ação. Suas mãos tão miúdas parecerão enormes o suficiente quando precisarmos dela para nos amparar; e então ao pronunciar a primeira silaba, aí sim, nos soará feito a musica mais bela que alguém poderá compor. O que será de nós?

E então, quando chegar o dia “D” e as cortinas desse palco se fecharem para alguns de nós, esse novo ser (criança) representará a alegria e a perenidade de tudo aquilo que cultivamos quando conduzíamos nossos personagens.

Devido a sua importância, de um novo capítulo dessa história escrita por e para a família, essa é uma singela homenagem a essa semente (novo ser) que está sendo gerada e gerando tantas alegrias. O que podemos dizer? Seja bem vinda, Isabella !!!!

Ecobueno

Beatriz


Quanto encanto

Hoje te envolvi em meus braços, senti o calor do seu corpo aquecendo o meu. Auscutei as batidas vibrantes e sonoras vindas do seu peito. Percebi o leve sussurrar do espirar e aspirar da vida nova. Me emocionei com um olhar tão penetrante e ao mesmo tempo displicente de soslaio me desdenhando, cativante. Me derreti com o sorrisinho de canto de lábios, sereno e meigo.

Ao vê-la chorar reclamando algo que eu ainda ignorava, intimamente chorei. Mas também, deliciei-me com esse jeitinho único de balbuciar sons, palavras que não só imagino, mas creio que dialogam comigo. Pura corujice.

Esses momentos acontecem, quando a encontro. Simplesmente me perco, me encontro, viajo nesse novo ser. Tão pequenina, mas de áurea imensa, já ilumina os caminhos que tenho que seguir. Quando é chegado o momento de partir, parece que o amanhã não vai chegar. Morro de saudades só de pensar.

Mesmo tendo percorrido tantos caminhos, ao longo do viver, ter passado por tantos lugares, ter conhecido tantas pessoas, nos meus breves dias, jamais poderia prever, descrever, imaginar, ou até mesmo sonhar, o quão poderia ser único e mágico, esse momento.

Vieste, desmoronaste minhas defesas, adentraste minha redoma, ancoraste em meu cais, desbravastes meus segredos, desnorteastes meus sentidos e por fim, povoastes meus sonhos e apoderastes dos meus sentimentos. Não reclamo, pelo contrário, padeço. Ah, como padeço, em teu paraíso.

O tamanho desses sentimentos? Imensuráveis! Só posso afirmar que eles hão de crescer diariamente, mais e mais e alcançarão, no tempo que corre, toma forma, transforma e se agiganta o ápice do viver.

Hoje te protegi em meus braços, amanhã sempre hei de proteger-te num abraço feito laço. Poderás desfrutar dos meus ombros vividos e calejados, porém jamais completos para o teu ser. Poderei até dizer com voz experiente, o que fazer, mas será sempre a tua voz, melodia aos nossos ouvidos.

Esses pensamentos correm por mim toda vez que a tenho assim, tão desprotegida e forte em meus braços. Ah o futuro, o que nos reserva? Sinceramente, não sei. A única certeza que tenho é que és real, única, e irremediavelmente, linda!

Que bom que chegaste, para preencher nosso viver, tão carente de coisas belas, puras e verdadeiras, traduzida num lindo ser, tu Beatriz!


Ecobueno

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Evolução

Vinte e seis de Fevereiro de 2007, o inicio das aulas, o primeiro dia das primeiras disciplinas - Letras, Pedagogia, Administração - os primeiros alunos, os primeiros professores, as primeiras palavras proferidas, a primeira lição recebida feito um novo bálsamo que escorre pela alma e alimenta o espírito da sabedoria. A sala de aula repleta. Tantas faces, muitos sonhos, diferentes histórias. Um grande mosaico de olhos, bocas, lábios, sorriso e sentidos, formando uma tela viva, emoldurada pela ânsia do aprender.

Essa miscigenação de pessoas e anseios, alinhavados com paciência, feito os retalhos que são apenas um pedacinho de tecido qualquer, mas que com capricho, atenção e sabedoria vão sendo aos poucos transformados - por mestres - em uma linda colcha de retalhos multicolorida. Um manto que cobrirá de alegria e orgulho aqueles que podem desfrutá-la.

Nos primeiros meses, tantas indefinições, o dilema das primeiras provas, o angustiante primeiro semestre - foram oito – quantos ficaram pelo caminho, afetados por diversos fatores e acontecimentos mas que ajudaram a enriquecer esse grande mosaico e ao final os “sobreviventes” conheceram a recompensa dos obstáculos superados.

Enfim, dezembro de 2010, depois de quatro anos, chegamos ao final de mais uma etapa. Demos um grande passo rumo aos nossos objetivos. Transpusemos as primeiras metas, aulas diárias, trabalhos, grupos de discussões, seminários e provas. Quantos de nós enfrentarmos inúmeras dificuldades, para chegarmos até esse ponto. Mas o horizonte ainda nos revela novas metas, obrigações e diversos acontecimentos até o cume da montanha. Vamos adiante.

Sim, tudo tem um custo. Foi preciso abdicar de tantas coisas, como passeios, amigos, festas, badalações, e a presença da família. Às vezes até superar as dores físicas, o cansaço, as noites mal dormidas entre outras. Mas se não fosse assim, o novo a cada dia, se não fossem os desafios, sonhos e projetos, teria sido mais fácil, porém seria tudo monótono.

O que se pode tirar desse tempo que juntos passamos? Lições de que a diversidade e adversidades de pensamentos, as diferenças e os anseios são a parte viva desse processo. Se antes éramos matéria bruta forjada pelas intempéries do tempo - vento, brisa e temporal - quatro anos mais tarde, depois de muita luta, em que nas mãos de verdadeiros ourives (professores) que com conhecimento e dedicação, lapidaram, deram forma, contorno, brilho, eis que hoje, nós, a matéria bruta se tornou jóia rara.

Essa é a verdadeira conquista, ter chagado ao final sabendo do próprio potencial, ter o conhecimento das rotas a serem seguidas e a maneira exata de ajustar as velas e assim tirar o máximo do vento e das marés. Aproveitar o conhecimento para a vida.

Ao longo desse tempo, foi possível perceber que essa miscigenação de cores, misturado a giz, jeito e gestos formaram um novo conceito e criaram essa nova família, professores- alunos-amigos. Nesse período de convivência em que buscávamos os mesmos objetivos, terminar o curso e nos tornarmos jóias raras – profissionais – no mercado, muitas coisas aconteceram e ficarão para sempre na memória do livro de nossas vidas.

Como não poderia deixar de ser, nesse intrincado, maravilhoso e infinito mundo do conhecimento, metafórico ou não, tantas pessoas diferentes, mas com um sonho em comum, a busca de um objetivo latente, um presente menos nebuloso e um futuro promissor. Somos todos vencedores. Parabéns Administradores!

Edson Bueno (ecobueno) – Aluno da primeira turma de ADM – FIT.

O VALOR DE CADA UM (FIT)


Cada ser é único, com seus encantos e desencantos. Por mais parecidos que possam ser, jamais haverá outro igual. São pontos luminosos que em qualquer lugar que apareça, devido a diferentes matizes de cor e intensidade, mesmo havendo um cem números de outros seres, brilhará de forma impar e será facilmente reconhecida como daquele que a carrega. Seu D.N.A!

A existência dessa inconfundível áurea, que as eleva ao patamar de pessoas admiravelmente singular, que onde quer que estejam, serão lembradas por suas características, feito uma digital.

Toda essa singularidade, quando juntas, forma um lindo mosaico de diversidade. Mesmo nos pequenos grupos que surgem aqui e acolá devido afinidades, e que algumas vezes se moldam conforme a dança das cadeiras, as diferenças são plurais. E isso ficou evidente nesse período de convivência (observação), durante os quatro anos do curso de administração.


Havia o trio composto pelas dogmáticas Adnalva, Rosicleide e Olivia, que sempre acolheram o carismático Eduardo e o espirituoso Célio. O grupo da erudita Welida, a impecável e elegante Juliana, a admirável Kátia, a notável mamãe coruja Valéria, que tinha ao redor o esforçado Celso e algumas vezes a previdente Ana Paula. Em outro grupo, além da criatividade superlativa da Thais, havia a reservada Antonia, o comedido Hildo, acompanhados da mineirice do Guido, e às vezes, quem dava o ar da graça no meso grupo, era o “mestre sala” Alexandre. O “trio maravilha” da expansiva Érica, da sorridente Janete, da doce Sandra, que traziam à luz o intempestivo Diogo e o furtivo Renato. O questionador Lucio, o entusiasta João Coutinho, a iluminada Sara, a discreta Érika, a sóbria Carla, formavam um dos grupos mais ecléticos. Sem esquecer da turma do fundão, que sempre levavam tudo na esportiva, composto pelo corintiano Rogério, o “empreendedor” Marcio, o sagaz André, a festiva Luana, a explosiva Karina, a lascívia Cristina, o didático Ivanildo e a vívida Simone.


Sem parar por aí, o mosaico vai ficando mais rico quanto maior as matizes de personalidades que o compõe. A descolada Renata, a contida Fabiana, o discreto Leandro, o complacente Adenilson, a enigmática Juscélia, a personalista Rosangela e a difusa Thatiane. Sem contar com a ambigüidade entre o paternalista Nelson e a imprevisibilidade dos juvenis Maicon, Rodrigo e Vanderlei, a placidez da Juliana Vitória e a determinação do Jarci. E os turistas “viajandões” Fabio e Alexandre Marques.


E para emoldurar esse belo mosaico, a expansiva e inquietante Denise sempre acionando os flashes, ao lado da indefectível beleza concreta da meiga e lírica Michele que dificilmente, devido a união entre a alegria e a simpatia, passam despercebidas.

E quando tudo isso é possível ser alinhavado pelo voyerismo sempre vivo de alguém que capta e transforma em palavras tais singularidades, traz à tona a beleza única que é essa diversidade. É o inusitado trem das cores!!!


Ecobueno2011