quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Versos que Ecoam











Ah, que falta fazem as rimas simples que encantam e revelam
Como tão bem fazia Tom Jobim:

“Ai quem me dera ser poeta
Para cantar em seu louvor
Belas canções, lindos poemas
Doces frases de amor”

E pensar que a aridez da vida pode estar na escassez de românticos (as)
Como nos lembra Rita Ribeiro que canta:

"Românticos são poucos
Românticos são loucos desvairados
(...) Que pensam que o outro é o paraíso
E mesmo certos vão pedir perdão
(Romântico é uma espécie em extinção)"

Mas esse déjavu de sentimentos frios e duros,  pode ser modificado.  
Como nos mostra Herbert Viana em:

“E tendo a Lua
Aquela gravidade
Onde o homem flutua
Merecia a visita não de militares
Mas de bailarinos. E de você e eu”.

Então, por não ser poeta e querer ecoar a simplicidade, empresto tais versos
Do magistral poeta Pablo Neruda, para dizer que:

"Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos".

ecobueno

 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Arbeit Macht Frei

Vinte e sete de Janeiro de 1945, depois de cinco horas de combate, tropas soviéticas tomaram o lugarejo de Oswiecim, perto da Crocávia, Polônia, onde os nazistas mantinham a mais eficiente rede de matança sistemática que o ser humano foi capaz de conceder, o campo de concentração de Auschiwistiz. Logo na entrado havia a seguinte inscrição - Arbeit macht frei – que quer dizer: O trabalho liberta.

Uma contradição ao que se vira ali. Algo inconcebível. Câmaras de gás, que matavam milhares de pessoas de uma só vez. Fornos de cremação que não davam conta de incinerar tantos corpos, e muitos eram enterrados em enormes valas. É esse o trabalho que liberta?

Apesar de a maioria dos mortos serem judeus trazidos dos quatro cantos da Europa, havia ciganos, civis poloneses, militantes (dissidentes) políticos, russos e homossexuais. Os considerados inaptos para o trabalho eram tangidos a golpes para as câmaras de gás tão logo desciam dos trens, como se fossem gado. Alguns eram “escolhidos” para servirem de cobaias para os experimentos pseudocientíficos dos doutores Eduard Wirts e Josef Mengele, o “anjo da morte”.

“Os trens chegavam, a seleção dos que seguiriam as câmaras de gás cujas portas, só fechavam a muito custo devido a superlotação. A remoção dos mortos ao crematório entrelaçados em pilhas de mais de um metro, a escavação de trincheiras onde seriam incinerados em piras de lenha os corpos que já não cabiam nos fornos. Tudo era feito pelos prisioneiros selecionados”. Foi o que contou em detalhes um dos sobreviventes que conseguiu escapar do campo de concentração, a um tribunal militar britânico, o médico Charles Bendel.

Tais relatos puderam ser constatados devido à invasão surpresa das tropas soviéticas, pois em outros locais como Treblinka, Belzec, Sobibor, Chelmo e outras “filiais”, os nazistas conseguiram destruir suas instalações, bem como as provas desse assombroso acontecimento, porem em Auschwitz não tiveram tempo.

O que fica desse terrível fato, além das marcas físicas e psicológicas, aos sobreviventes, é que apesar dos apelos desesperados da Agência Judaica para bombardear e acabar com o campo, o egoísmo e a frieza dos países que não atenderam ao apelo e se calaram, é o que mais machuca.

O tempo passou, sete décadas depois, e ainda temos um quadro nada animador. Grupos como Boko Haran, Isis, Estado Islâmico, Taleban, extremistas islâmicos, muçulmanos, lideres tiranos na África, Ásia, Leste europeu, América Latina, enfim espalhados pelo mundo, agem de formas distintas contra seu povo ou detratores, criando campos de refugiados que lembram os de concentração. E quase nada é feito para que isso mude. Ainda hoje o silêncio impera diante da barbárie por interesses econômicos, lembrando a frase: Arbeit Macht Frei.


A pergunta que fica, depois de tantos anos é: Será que um dia o mundo aprenderá que somos um só povo?

ecobueno

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Isso é Deus...

Marinas

                                       Pintura que se move ao sabor dos ventos
                                       Num céu azul pincelado por brancas nuvens
                                       Que no horizonte descem até se formar, espumas d’ agua
                                       E depois desaguam no incessante ir e vir das ondas
                                       Essas cores de um dia, tanto céu e tanto mar,
                                       Luzes que desmaiam à tardinha e se recompõem, n' outro dia
                                       É um turbilhão de novos recomeços, essência da vida
                                       Esse sal, esse som, esse tom, não tem como negar:
                                       Só são possíveis por tê-las, mãos Divinas!
ecobueno


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Céu e Mar

Luciana
Os pés a praia palmilham
Sentindo o granulado da areia
É a liberdade que mareia
Quando o mar suas aguas espumam

Os pensamentos seguem a trilha
Dos segredos contidos nas conchas
Nas estrelas–do-mar que vem c’ as ondas
É tanta beleza que o ser maravilha

O Pôr do sol no espelho d’ agua
A brisa suave que a face acaricia
O som do mar nas pedras sinfonia
A força e a paz são d’alma contigua

Sublime cenário que se forma
O dia que se despede no horizonte
Onde céu e mar se juntam toda tarde
Para ver passar, tu sílfide iLuminada

                          ecobueno15                            

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Egocentrismo


Como ela havia chegado àquele lugar e conseguira florescer, era um grande mistério. Ali, na borda do penhasco onde suas delicadas raízes, nas pequenas fendas das rochas, se sustentavam, um oásis de cores em meio ao árido, rígido e enegrecido rochedo, se erguia chamando a atenção para tanta beleza.
Apesar de todas as adversidades a linda flor crescia, pois aprendera nas dificuldades a aproveitar a brisa suave que, além de acariciar, suavizava suas pétalas. A névoa do mar, em gotas húmidas, serenava e hidratava seu caule e raízes. A luz do sol emanava seus raios de luz matinal e a enchia de energia que verdejava em suas folhas. Ao anoitecer a Lua com seus ciclos hora minguante, nova, crescente ou cheia, lhe fornecia, na paz noturna, a recuperação para os desafios do dia seguinte. Cada um a sua maneira colaborava para que ela se mantivesse viçosa e aguentasse as intempéries do lugar.   
E por ser assim tão bela e rara, habitando um lugar tão inóspito, não havia quem não a admirasse e tentasse se aproximar a fim de conquistá-la. Então começaram as disputas.
A brisa queria continuamente acariciar suas pétalas e para isso começou a soprar mais forte, tornando-se vento. O mar por sua vez, não queria ser apenas névoa e aproveitando a força do vento, agitou suas águas até que as ondas pudessem alcança-la no alto do rochedo. O sol, a fim de ficar mais tempo sobre a flor, intensificou seus raios privando-a da sombra tão necessária. A Lua, enamorada pela sua beleza, permanecia sempre a mesma, sem a sincronia dos seus ciclos, assim a flor não tinha como recuperar suas forças.
Nessa disputa desenfreada, cada um a desejava só para si. A brisa tornou-se ventania. As ondas do mar cada vez mais fortes lapidavam as frestas das rochas, tornando-as lisas. O Sol intenso a queimava, manchando-as. E a Lua insistentemente cheia, não mais a rejuvenescia.
Dia após dia, eles intensificavam suas ações. O vento forte soprava envergando-a até que suas raízes começaram a desprender das rochas quase sem frestas. As ondas salobras machucavam suas folhas enfraquecendo-as e elas desprendiam do caule.  O sol a desidratava ao ponto dela não ter mais condições de lançar novos botões. E ao cair da noite, a luz intensa do luar não permitia que se recuperasse. A flor, pouco a pouco, se esvaía.
Como era previsto, um belo dia a disputa se transformou numa batalha que irrompeu à noite até o amanhecer. Exaustos, vento, sol, mar e lua, pararam e olharam na direção do penhasco a fim de buscar um alento. Mas o que viram foi um enorme vazio. A linda flor, depois de tantos maus tratos, sucumbiu às profundezas do abismo.
Hoje, naquele penhasco onde os ventos, noite e dia, uivam de tristeza, as ondas enraivecidas se chocam com violência contra as rochas ecoando suas dores, o Sol se resigna por não ter forças para vencer as sombras do vazio, a Lua mingua encoberta por nuvens negras e nenhum ser o habita, é o retrato da solidão que aflora quando não se sabe a diferença entre o amor e o egoísmo.
Ecobueno15

 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Luto na França - Em Favor do Charlie Hebdo


Nem bem decorrida uma semana do ano de 2015, quarta feira, e as noticias voltam a se repetir. Até parece que em determinadas questões ainda estamos vivendo no inicio da civilização. Civilização?!?

No velho mundo, Europa, mais precisamente na França, um ato terrorista deixa em choque toda a imprensa mundial. Numa demonstração de intolerância, radicalismo, fundamentalismo extremismo, seja lá qual o nome que isso tenha, três terroristas entram numa redação do jornal CHARLIE HEBDO e matam a tiros doze pessoas entre jornalistas e chargistas.

Não contentes, executam a sangue frio, no meio da rua, um policial. Tal (mau)feito, foi  documentado em vídeo por testemunhas atônitas, no que era possível ouvir os gritos dos terroristas  bradando que aquilo tinha uma razão, era em nome de uma entidade, religião, crença, quiçá devoção.  Um ato contra as ofensas que tais jornalistas cometeram ao invocar o Islã, em forma de charges, desrespeitando o Alcorão e profanando suas leis, por isso tinham que morrer. Como se isso fosse justificativa para a barbárie.

Independente do que tenham escrito em suas matérias jornalísticas, nas charges satíricas, nada justifica esse tipo de intervenção. Uma covardia contra seres humanos que deveriam ser incitados a levar adiante os “ensinamentos” a fim de confirmar as escritas que falam do amor maior.

Infelizmente o extremismo não aceita questionamentos, não toleram as diferenças tampouco as divergências de opinião. As opções de crença, sexo são combatidos como se fossem crimes, as questões de cor, classe social entre tantas outras são atacadas, e tudo em nome da intolerância e da imposição de opiniões na forma da censura e do medo. 

O ditatorialismo, as religiões fundamentalistas, a força bruta, a mordaça, as regulamentações que o Estado nos enfiam goela abaixo com a alegação que é em prol da sociedade não diferem muito do terrorismo, só que é velado.

Sim, temos o direito de discordar, dizer se acreditamos ou não, se gostamos ou deixamos de gostar, sem que possa parecer uma ofensa e se por acaso acharem que sim, devemos ser interpelados e punidos de forma civilizada, como manda as leis.


Eu não quero escrever, pensar e muito menos seguir o que os outros (minoria) acham que é certo. Toda essa forma de impor as vontades através de ameaças ou invocando o politicamente correto estão deixando o mundo cada vez mais triste e tudo muito chato.

Ecobueno

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Luz e Cor

Luciana

                              
                                Enquanto o espocar dos fogos anuncia
                         Que junto com as comemorações o ano termina,
                      Revela que a luz, a cor, o tom, esse pulsar, continuam
                     A cada amanhecer nesse grande milagre, que é o viver! 

                              Luzes que espreitam manhãs em tom pastel
                               Ungem o dia e com suas cores tingem o céu
                               Ciceroneando combinações únicas: fantastic
                               Iluminando cada fresta e realçando tudo aqui
                               Altiva se espalha se instala e feito teia se fixa
                               Noutra orbita baila arco íris em gotas of rain
                               Art nouveau s’ olhar revelando vida Luminada
                                                         ecobueno