Vinte e sete de Janeiro de 1945, depois de cinco horas de combate, tropas soviéticas tomaram o lugarejo de
Oswiecim, perto da Crocávia, Polônia, onde os nazistas mantinham a mais
eficiente rede de matança sistemática que o ser humano foi capaz de conceder, o
campo de concentração de Auschiwistiz. Logo na entrado havia a seguinte
inscrição - Arbeit macht frei – que quer dizer: O trabalho
liberta.
Uma contradição ao que se vira ali. Algo
inconcebível. Câmaras de gás, que matavam milhares de pessoas de uma só vez. Fornos
de cremação que não davam conta de incinerar tantos corpos, e muitos eram enterrados
em enormes valas. É esse o trabalho que liberta?
Apesar de a maioria dos mortos serem judeus
trazidos dos quatro cantos da Europa, havia ciganos, civis poloneses,
militantes (dissidentes) políticos, russos e homossexuais. Os considerados inaptos para o
trabalho eram tangidos a golpes para as câmaras de gás tão logo desciam dos trens,
como se fossem gado. Alguns eram “escolhidos” para servirem de cobaias para os
experimentos pseudocientíficos dos doutores Eduard Wirts e Josef Mengele, o
“anjo da morte”.
“Os trens chegavam, a seleção dos que seguiriam as
câmaras de gás cujas portas, só fechavam a muito custo devido a
superlotação. A remoção dos mortos ao crematório entrelaçados em pilhas de mais
de um metro, a escavação de trincheiras onde seriam incinerados em piras de
lenha os corpos que já não cabiam nos fornos. Tudo era feito pelos prisioneiros
selecionados”. Foi o que contou em detalhes um dos sobreviventes que conseguiu
escapar do campo de concentração, a um tribunal militar britânico, o médico
Charles Bendel.
Tais relatos puderam ser constatados devido à invasão
surpresa das tropas soviéticas, pois em outros locais como Treblinka, Belzec,
Sobibor, Chelmo e outras “filiais”, os nazistas conseguiram destruir suas
instalações, bem como as provas desse assombroso acontecimento, porem em
Auschwitz não tiveram tempo.
O que fica desse terrível fato, além das marcas físicas
e psicológicas, aos sobreviventes, é que apesar dos apelos desesperados da
Agência Judaica para bombardear e acabar com o campo, o egoísmo e a frieza dos países
que não atenderam ao apelo e se calaram, é o que mais machuca.
O tempo passou, sete décadas depois, e ainda temos
um quadro nada animador. Grupos como Boko Haran, Isis, Estado Islâmico, Taleban,
extremistas islâmicos, muçulmanos, lideres tiranos na África, Ásia, Leste europeu, América
Latina, enfim espalhados pelo mundo, agem de formas distintas contra seu povo
ou detratores, criando campos de refugiados que lembram os de
concentração. E quase nada é feito para que isso mude. Ainda hoje o silêncio impera diante da barbárie por interesses econômicos, lembrando a frase: Arbeit Macht Frei.
A pergunta que fica, depois de tantos anos é: Será
que um dia o mundo aprenderá que somos um só povo?
ecobueno