quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Tecendo Loas

                         
 

Fico a certa distância

Admirando sua exuberância

Me embriagando na sua fragrância

Me envolvendo na sua essência

Me estruturando na sua relevância

Me enlevando da sua vivência

Tecendo loas a sua importância

Preenchendo minha retina

Com a luz da sua existência
ecobueno

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Ataques, Terroristas?



Os ataques terroristas ocorridos em Paris, na França, na sexta feira, 13 de novembro, repetindo o que acontecera no inicio do ano com os jornalistas franceses do periódico Charlie Hebdo, trazem à tona os achismos, as explicações, comparações e soluções de uma maneira muito simplista. E não é bem assim.

Se não vejamos: Desde que o mundo se viu habitado pelo bicho homem, as desavenças sempre existiram e sempre hão de existir. Se antes eram as disputas pela caça, invasão de territórios, escravidão em nome da liberdade, arenas com leões para divertir a plateia (seria hoje o UFC?), matança entre tribos de etnias diferentes. Hoje é o absolutismo, atentados a bomba, guerras em nome da paz, violência gratuita no transito, nas escolas, em casa. A intolerância religiosa, o racismo, a corrupção, o fanatismo, a xenofobia, o machismo, o feminismo, o extremismo. A fome gerada pela desigualdade – enquanto uns tem tanto, tantos tem quase nada – a escassez de água, o desperdício dela. A ingratidão, a mentira, a soberba, a dissimulação. A falta de respeito ao próximo, a si mesmo, drogas, vícios, a violência sexual, verbal, física, politica e moral. Tudo evolui, até a barbárie, infelizmente.

Em meio a tudo isso, não é possível achar culpados ou inocentes. Respostas fáceis, saídas simples, utópicas, magistrais (cinematográfica?), isso não ajuda. Afinal quem é o dono da verdade?

Enquanto uns clamam por mais religiosidade, outros a repudiam. A história nos mostra que as maiores guerras foram causadas pelo extremismo religioso. Muitas excluem o seu semelhante. Quando alguém diz ser ateu, cético, incrédulo, o que acontece? No mínimo se torce o nariz como se isso fosse algo impensável. Só porque todos precisam acreditar em algo? Mas como tomar partido?

Quando falamos de moral, de qual estamos falando? Da minha, da sua ou a deles? Quando invocamos a paz percebemos que só há a passividade quando nos convêm. É só ver os números de mortes banais, por uma simples discordância. Quando criticamos um desastre ambiental, não buscamos as causas e sim atacamos os possíveis causadores. No desastre de Mariana, MG – caso recente – a mineradora está lá há muitos anos, e nós, os críticos, usufruímos do que ela extrai – minério de ferro – para o nosso conforto diário. Mas esquecemos disso (conveniência?). E os fiscais que recebem para fiscalizar, onde estavam?  E os ambientalistas, o poder público, o judiciário, a comunidade? 

Quando vociferamos contra a xenofobia, o que fazemos para calar esses detratores? Quase nada. Quando falamos da ingratidão, da mentira, da dissimulação, enfim, de tudo que apontamos em outrem, será que estamos escondendo algo de nós, ou em nós mesmos?

Quando acontece algo chocante, amplamente divulgado em detrimento de outro com “menos” apelo midiático, logo vem – sem trocadilhos – a enxurrada de críticas e comparações, como se isso fosse possível. Se não noticiam em um determinado veículo é só buscar em outro. Só que é mais fácil esperar o mais do mesmo e depois reclamar. Quantas notícias á respeito de obras assistenciais e ajudas humanitárias, vemos, tanto nos mais ou quase esquecidos, veículos de comunicação? Alguém reclama? 

O sofrimento de uma criança em países distantes, não é maior ou menor àquela que serve de mão de obra escrava em nossas lavouras, ou pedem no farol. Atentados num País europeu não são diferentes aos quase que diários em países do Oriente médio. Os escândalos de propinas, corrupção e totalitarismo na América Latina, não podem ser medidos pela régua dos ocorridos em outros lugares do mundo. Cada um tem sua devida parcela de sofrimento. O que não é pouco.

Sim, desde que o mundo é mundo, isso ocorre, guardadas suas devidas proporções. A diferença é que hoje em dia a tecnologia traz tudo tão rápido que faz parecer algo corriqueiro. Ficamos anestesiados diante de tantas notícias ruins, que nem temos tempo de nos indignar. O que fazemos? Ficamos comparando os fatos e escolhendo qual ou quem merece maior atenção (divulgação).

Entendo que nenhum sofrimento merece comparação, tão pouco esquecimento e sim indignação. As saídas simplistas como apontar culpados, reclamar, maldizer, só ajuda a aumentar as diferenças, alimentar o rancor e disseminar o ódio. Opiniões sem conhecimento, ataques gratuitos – terroristas? - e as saídas simplistas, que nada resolvem, trazem uma visão míope sobre fatos muito mais complexos.  

Ecobueno15

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Preciso



Teu riso se forma e reluz
Lua, brilho, lúmen
Nos olhos, luz, traduz

Teu riso abre um clarão
Uma janela na imensidão
Ávida à vida, tão

Teu riso, simples preciso
Essa sensação, pura emoção
Canto de encanto preciso, teu riso

ecobueno15

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O Lado Negro do Chocolate

O sabor e as qualidades do chocolate produzem, além de guloseimas deliciosas, experiências sensoriais únicas. Isso é  comprovado pela variedade de produtos produzidos a partir dessa especiaria. 

Mas o que intriga não são essas qualidades, mas a supremacia de algumas empresas que beneficiam o cacau e o revendem em forma de barras, tabletes, enlatados e outras delicias. Multinacionais que dominam o mercado. É só dar uma olhada nas gôndolas dos supermercados que, apesar da variedade de produtos, tem os mesmos fabricantes.

Elas possuem inúmeras ramificações, não só nos produtos, mas também na economia, na sociedade e até mesmo na política. Com tamanho poderio, são capazes de regular, interferir, se não direta, mas indiretamente, em toda a cadeia produtiva de um determinado produto. Incluindo om cultivo e o preço  dessa commodities.

Aproximadamente 3 milhões de toneladas de cacau é comercializado no mundo, e  42% dele vem da África, o maior exportador é a Costa do Marfim. Abidjan, cidade costeira, é considerada a capital do cacau. As maiores beneficiadoras de chocolate mantêm seus escritórios lá. Até aí nada de anormal, se o País tem condições como: clima, terras e outras variáveis a seu favor, nada mais certo que explorar tal riqueza em prol das suas melhorias econômicas e sociais.

Porém, nem tudo é essa doce maravilha que o chocolate representa. Enquanto nós e nossas crianças nos deliciamos com essa iguaria, no País de origem das amêndoas do cacau, outras crianças - sem trocadilhos - só conhecem o lado negro do chocolate.


www.youtube.com/watch?v=KnrGgoL6VO
Como? Bem, nas fazendas da Costa do Marfim, foi constatado que há trabalho infantil. Crianças entre 11 e 15 anos, em sua maioria são traficadas do Mali, Burkina Faso e Níger, para trabalharem nessas lavouras. Ficam sem escola, salário e o mínimo de condições, isso é denominado pelo OIT (Organização Internacional Para o Trabalho) como trabalho escravo.

Crianças de aldeias onde a pobreza é extrema, viram “presas” fáceis de aliciadores, criminosos que as levam, com a promessa de uma vida melhor e da possibilidade de ganhar dinheiro em outro lugar, inocentes, nem desconfiam que serão usadas como mão-de-obra escrava nas plantações de cacau. Algumas vão sem o conhecimento dos pais.

As empresas alegam desconhecer tal atividade, assim como as autoridades Marfinenses (o que em parte pode até ser verdade), o que não os isentam de culpa e responsabilidade por um crime tão bárbaro. Pois se existe a confirmação de crianças trabalhando nessas condições (ou sem elas) em determinadas culturas, isso deve ser investigado e os culpados devidamente punidos. O que nem sempre acontece, devido á conivência de autoridades, do poder econômico e da corrupção que ceifam das crianças o seu bem mais precioso, a infância.

Sei o quão complexo é esse emaranhado político, econômico e cultural onde os interesses gritam e abafam o eco que vem dessas lavouras e de outros cantos do mundo. Mas ao difundi-la, de certa forma, estarei observando com outros olhos o colorido das embalagens que adornam essa iguaria. É uma maneira de não ficar míope diante da realidade e cobrar dessas empresas o cuidado (mínimo) com a procedência dos produtos que ajudam a incrementar seus lucros.
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 Dados: Reuters Noticias; The dark Side of chocolate  (documentário)

Ecobueno15

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Fazendo a Diferença - Espalhando a Esperança

Num sábado de manhã, quando muitos estão preocupados (não sem razão) em “descansar” de suas rotinas semanais, (trabalho, estudos e afazeres) um grupo de voluntários se predispõem a doar, não só o tempo, mas a energia tão necessária para espalhar esperança, àqueles que tanto precisam.
 
Nesses tempos tão bicudos, onde o egoísmo é o que impera e o “eu” parece ser o mais importante, essas pessoas motivadas por um sentimento tão nobre, se reúnem para mostrar que o importante não é o ter e sim compartilhar.  Compartilhar afeto, dedicação, carinho, paz, e porque não, amor.
Um projeto voltado em devolver aos pequenos, não só no momento que dure o evento, o que eles deveriam viver: suas brincadeiras, diversão, curiosidades típicas das crianças. Algo tão difícil devido á realidade que vivem, que não condiz com a tenra idade. Sem contar que elas amadurecem antes do tempo, causa da pesada rotina de exames, consultas, internações e tratamentos, reflexo de alguma anomalia.
Como o slogan de ESPALHE A ESPERANÇA (www.espalheaesperanca.org)– vale ressaltar - é uma entidade sem cunho politico, econômico ou religioso, que tem em seu D.N.A o mais nobre dos sentimentos, o amor ao próximo. Uma entidade que surgiu com simplicidade e por ser assim simplesmente verdadeira cresceu e continuará a crescer. É só reparar nas atitudes de seus idealizadores, jovens voluntários que, contando apenas com a iniciativa, força de vontade, recursos próprios e muita dedicação, conseguem abrilhantar o que de mais puro tem numa criança, o sorriso.
Tive a sorte de conhecer esse maravilhoso trabalho no CENTRO DE APOIOA A CRIANÇA COM ANOMALIA UROLÓGICA (cacau.org.br) Vila Clementino, São Paulo, outra entidade sem fins lucrativos que, graças a visão além do necessário, traz alivio as crianças que tanto precisam. Não há como mensurar a experiência e emoção.
Só posso agradecer, apoiar e enaltecer essa maravilhosa  iniciativa desejando muito sucesso aos idealizadores e voluntários desse projeto, que conseguem trazer a um ambiente, muitas vezes triste, melancólico e cinza, a descontração, a harmonia, a humanidade e o colorido alegre e envolvente tão necessários. Isso é algo tão importante e grandioso que só é possível aflorar de pessoas com sonhos e ideias, verdadeiros.
Queria citar o nome e agradecer a de cada um, mas como poderia cair na esparrela de esquecer algum, faço no coletivo. Mas saibam que me recordo do olhar, do sorriso e dedicação de cada um, e sua importância no conjunto, tão necessários para fazer com que a engrenagem continue a girar e assim ESPALHE A ESPERANÇA, por distintos lugares e pessoas. Sim vocês fazem uma grande diferença!
 
Ecobueno15