quinta-feira, 28 de julho de 2016

A Força da Transformação







                  Tudo, o tempo todo está em transformação:
                  Forjado no calor e pressão, carbono é diamante
                  A garapa da cana é a energia da combustão
                  O minério de ferro tratado é aço resistente
                  O sol na clorofila das folhas é verde esperança
                  O grão nasce trigo, morre pão, alimenta a vida
                  O vermelho vivo nas veias é vitalidade, pujança
                  O néctar das flores é mel, no voo da abelha
                  E o brilho no seu olhar, da alma, é a centelha!

                  ecobueno

terça-feira, 5 de julho de 2016

Convite que Cativa (Florada Ipê Rosa)



A florada dos ipês-rosa que imponentemente enfeitam os canteiros centrais da Avenida dos Bandeirantes, destoando de uma cidade cinza como São Paulo, denuncia a estação. Se não fosse por esse “detalhe”, os ipês; seria impossível afirmar que estamos no inverno. 

No primeiro sábado de julho, o relógio marcando o início de uma tarde ensolarada, ajudava a criar a expectativa de um novo-velho-encontro. Sim, ao mesmo tempo em que os pensamentos traziam a reprise de um filme antigo, pulsava a sensação de novidade.

Quando recebi o surpreendente convite para um café (chá) da tarde onde há alguns anos atrás recorria à terapia para aplacar minhas angustias, dores e desilusões, de certa forma, ainda as tenho, afinal sou o mesmo, no entanto, feito a florado dos ipês, estou e um novo momento, senti algo que há muito havia esquecido, a sensação do quanto é bom ser lembrado. 

Ao chegar me deparei com mudanças notórias no espaço, nas cores, nas formas, na disposição do jardim e arranjo da mobília. Apesar do grande hiato causado pelo tempo, a receptividade, o cuidado, o carinho, o aconchego de um abraço verdadeiro e a essência humana da Terezinha, continuavam, porém não eram os mesmos, e sim aprimorados. Senti-me como se não tivesse passado tanto tempo.

Foram horas aprazíveis, alegres, descontraídas, onde o que mais impressionava era a leveza como surgiam os temas, que se emendavam e iam num crescente, ignorando o relógio. Tudo envolvido por um perfume que tomava o ambiente e denunciava o bolo que ainda maturava no forno. E aquele aroma delicioso logo seria confirmado na degustação das generosas e saborosas fatias. 

Aquele momento não era feito o moto-contínuo de um sábado, dentro de um determinado mês que se juntam para compor mais um ano. A recepção, o ambiente, a atmosfera, a representatividade daquele momento, compunham um capítulo importante de minha breve existência. Assim, como os ipês-rosa que nos canteiros centrais da avenida, repetem suas floradas todo ano e ainda assim se esmeram em exuberância, o momento era de um significado sem igual. 

Como o relógio não para, é chegado à hora das despedidas e fazer o caminho de volta. Agora com a diferença, era observado pelos ipês, e a mudança em meu estado de espírito só confirmava o que antes imaginara: Era tudo novo de novo! 

 Ecobueno16