Devido as manifestações desses dias, a sociedade gritando por melhorias! Me recordo de uma crônica que escrevi em 2009, ao "visitar" um pronto socorro e ver ali o quão degradante é ter nos serviço público de saúde, exemplos tão claros do descaso com o dinheiro do contribuinte.
Lembro que comentei com algumas pessoas e autoridades, mas sequer ouvi um comentário que desse crédito a minha constatação. Mas hoje percebo que o que estava adormecido há tempos, toronou-se latente.
A primeira vista, pela ótica externa, a impressão que se tem é que tudo segue seu curso normal. Ambulâncias saindo e chegando, pessoas circulando, indo e vindo a todo instante. Nada de anormal, tudo funcional.
Mas quando há a necessidade de entrar e utilizar os serviços prestados é que percebemos a grande discrepância entre o parecer e o ser. O choque é grande, a começar pela limpeza quase inexistente, falta de organização gritante, tudo somado às más condições gerais do prédio.
Infiltrações, paredes desbotando (descascando), portas quebradas, banheiros sujos que não condizem com uma edificação destinada ao atendimento médico. Tudo isso expõe a falta de manutenção e zêlo pelo patrimônio publico.
Mais que a falta de manutenção e organização, o gerenciamento administrativo e a gestão de pessoal é o que pesa mais. A começar pelo pré-atendimento onde não há uma triagem para se estabelecer o grau de urgência de cada caso. A separação por idade, condições físicas, urgências, só para citar algumas.
E essa demora no atendimento resulta em ambientes lotados o que exige maior demanda por serviços e materiais básicos, sem contar com a degradação dos bens e utensílios de uso coletivo, pois, a maior concentração de pessoas em espaço público limitado, diminui a eficácia da conservação e fiscalização
A má conservação de um prédio público destinado ao atendimento da saúde, traz como consequência o péssimo serviço prestado, pois como pode um funcionário trabalhar de acordo se nem ao menos as condições minimas de trabalho são respeitados. Mas, enquanto isso, nos prédio do governo, nas camaras municipais (verdadeiros palácios), nos gabinetes e afins, tudo é limpo, suntuoso e cheio de mimos. Não deveria ser o contrário?
Quando se tem clara a preocupação com a Missão, Visão e Valores isso resulta no melhor aproveitamento e aplicação dos recursos, e isso só é possível com profissionais capacitados e sem o vezo do vício político. Com a capacitação todos ganham: profissionais que são reconhecidos e remunerados por méritos, a administração pública com os dividendos políticos e a população, duplamente, na forma de atendimento e por ver os impostos que pagam serem aplicados de forma correta.
Enquanto não tivermos na administração publica profissionais capacitados e comprometidos, que tenham bem definidos as responsabilidades e deveres, nada mudará, em qualquer gestão.
Cabe a nós cidadãos a consciência da cobrança para não permanecermos “pacientes” e entregues a própria sorte, tal qual o que acontece no interior dos prontos socorros, hospitais e maternidades públicas. Por isso solicito “Socorro, Pronto Socorro”!!! Se é que me entendem.
EcoBueno 2009