terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Endometriose Sob Outro Olhar


Tenho visto e lido os relatos que são publicados sobre a endometriose. E é possível perceber neles tantas dúvidas, angustias, medos, anseios e não muito raro, as dores, que não são somente físicas, mas também as que residem na alma, abalam e torna o cotidiano ainda mais difícil.  

Muitas devem pensar e estranhar, com razão, que não sou a pessoa mais indicada para falar de tais sentimentos, afinal não sou pesquisador das causas e suas possíveis curas, nem médico e tão pouco posso sentir fisicamente essas dores.

Isso mesmo, devido ás limitações físicas e nada além disso, estou livre de senti-las. Devo agradecer por isso, sei, mas não fico imune de sentir e compartilhar desses momentos tão difíceis, pelos quais vocês passam.

Endometriose é uma patologia silenciosa, dolorida em todos os sentidos, físicos e psicológicos, disseminadora dos sentimentos mais tristes, devastadora dos sonhos, da esperança e infelizmente acomete um número muito grande de mulheres, inclusive adolescentes. 

Meu conhecimento de uma doença tipicamente feminina vem da experiência do convívio com uma portadora que sofreu muito, antes e depois da cirurgia, hoje amenizada pela implantação do D.I.U. Era possível ver a angustia e o sofrimento em seu dia a dia, pautado na rotina de médicos, consultas, exames que muitas vezes são constrangedores, questionamentos dos mais variados e a mais dura das cobranças: Porque você não tem filhos; não quer? E quando a resposta dizia que não seria possível, mesmo assim vinham as afirmações que beiravam a insensibilidade: Se você confiar, tiver fé e realmente desejar, você consegue engravidar! Tanta indiscrição vinda de onde menos se espera; das outras mulheres.

Isso tudo somado aos sintomas característicos; dores na menstruação, na relação, as inflamações e, sem contar com o sentimento de incapacidade por saber que a doença, apesar de ser tratada com medicação, cirurgia e acompanhamento, em muitos casos, pode retornar, deixam a mulher em estado de incompreensão que muitas vezes causam depressão.

Infelizmente, muitas vezes, a maioria daqueles que deveriam estar ao lado, dar apoio, força e um pouco de atenção, os companheiros, por serem os machos, não se importam, apontam, criticam, culpam e como se fosse seu direito, as abandonam. Isso é mais um golpe que ajuda a abalar a saúde da mulher.

Diante desses relatos, que muitas vezes dividem as opiniões, é possível perceber que em muitos deles essa falta de compreensão, de carinho, companheirismo e o mínimo de entendimento, colaboram para que a mulher se sinta cada vez mais triste e desiludida. É uma destruição gradativa de sua alta estima.

O pouco que pude e tentei fazer diante das limitações masculina, foi de no mínimo acompanhar, me solidarizar, compreender e estar sempre pronto a minimizar as dores. Por esse motivo escrevo para dizer que mesmo diante de tanto sofrimento, o principal é que, além dos cuidados necessários se faz necessário ter amor próprio, se valorizar, para não deixar se vencer pela endometriose. Sei que não é tão fácil assim. Mas lembre-se, se existe um ser completo e divino que pode superar tudo isso é você, mulher! 

Ecobueno14

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Constante


O tempo passa, as coisas mudam.  O que era antes não é o mesmo hoje. A vida é assim, uma constante. Feito os anos que passam.

Nessa caminhada, quantas pedras, flores, espinhos, decisões, desilusões, comemorações, alegrias e lágrimas serviram para pavimentar sua caminhada. E nesse caminhar, o principal, que é o seu ser, se manteve acima do ter.

As marcas que no reflexo do espelho se revelam, mostram gradativamente a evolução que só o tempo é capaz de fazer. O amanhecer dia-a-dia é uma rotina que solidifica tornando mais perene essa beleza que é o viver.

E essa sequência vai assim num crescente e valorizando cada etapa onde a doçura da juventude é substituída pelos demais “temperos” que agregam à vida mais consistência e relevância.

No decorrer do tempo, a cada ano, tudo melhora. O discernimento vem com o frescor da alma. A sabedoria substitui o ímpeto e revela o valor do entendimento. O amadurecimento da espiritualidade traz o conhecimento que tempos atrás era apenas uma desconfiança. E o melhor de tudo, é que nesse crescimento a beleza, que para o tempo é efêmera, se sobressai tornando-se única, por tornar o brilho feminino mais evidente e raro.

Então, hoje, que poderia ser apenas mais um dia que compõem o calendário, se revela singular e inédito. Apesar de se repetir a cada ano, representa o divisor de águas. O antes e o depois. Antes esse era mais um dia que passávamos, mas agora ele é um dia em que comemoramos o nosso presente. A sua chegada, Paula. Parabéns!

Essa luz menina
Que a menina dos teus olhos habita
Mais que o olhar
Revela o quanto é possível ver
No decorrer da idade
Que tu menina!
Cada dia mais
Serena nos invade.

Ecobueno14

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O Paradoxo do Tempo (Feliz Ano Novo, de Novo!)

Uma das coisas que aflige quem tenta escrever - meu caso - é que muitos assuntos borbulham e vão num crescente e de repente transformam-se num turbilhão que, se não tomadas as devidas proporções, se escreve o mais do mesmo, ou simplesmente nada sai.

Agora que o período de festas se foi, janeiro outra vez se instalou, e até o próximo chegar, algum tempo há de passar e a contaminação das frases feitas e o lugar comum se dissiparam com os fogos, é momento de voltar a lida e tentar escrever.
O tempo, ao mesmo tempo, tão paradoxal, se transforma e nos transforma. Incrível como tudo pode parecer efêmero e ao mesmo tempo perene. Efêmero porque está sempre mudando. Às vezes passa tão depressa que mal percebemos. É assim quando estamos ao lado de quem amamos. Ele se mostra tão veloz feito um piscar de olhos. Mas pode ter um que de eternidade, quando esse mesmo amor, um dia, num tempo qualquer, diz adeus. Ah, como ele demora a passar!

Dois mil e treze se despediu, dois mil e quatorze nos brinda com a chegada de um novo tempo, e como sempre, é marcado pela explosão e o brilho dos fogos que assumem um ritual de passagem em que as luzes e cores representam, ao mesmo tempo, despedida e chegada. Esse tempo é místico, pois entre tantos, no decorrer do ano, certas emoções afloraram. Como amor e o ódio. Onde o amor é eterno, infinito e o ódio é físico, mortal e só não é finito por estarem, algumas vezes, em tempos distintos, mas sempre juntos.

Tais sentimentos podem nos levar para bem longe do relógio e do calendário, físicos. O amor a felicidade, a fé, a temperança, a lealdade e coisas mais tenebrosas como inveja, o ressentimento, a ingratidão e o abandono são duros de medir. Mas retornam quando o tempo precisa ser sentido e vivido. Não há como dissociá-los.
E o tempo nos mostra como tudo na vida é passageiro, feito esse espocar de fogos tão efêmeros que logo dissiparão feito fumaça no ar, mas mesmo assim se perpetuarão no tempo, gravados na memória. Isso faz refletir. Imagine que entre dois milhões de pessoas (aproximadamente), dispostas em plena avenida Paulista, eu anônimo, pensando no meu tempo que pode ser tão ou nada parecidos como o dos demais, no exato instante, a meia noite, celebro a chegada de um novo tempo. Fico entre a partida e a chegada. O consumado e a esperança. O velho e o novo. Eu e o povo. Eu sozinho.

Nesse tempo posso perceber que nada vai mudar, ou como num passe de mágica, tudo irá melhorar. No exato momento, na mudança do calendário, o novo tempo, o ano novo, não é uma simples iniciação de uma nova etapa, mas sim a continuação de tudo aquilo que desejamos durante o ano todo. o tempo todo.

Outra vez o tempo, o instante, efêmero e perene. Por isso não posso perder o momento de dizer nesse momento especial a cada um dos meus, que o meu amor não tem tempo ou hora. Ele é contínuo e crescente. E que venham mais tempo para que possamos comemorar. E que seja um novo tempo, juntos! Com ou sem frases feitas. 
Ecobueno14